O Brasil está celebrando suas novas notas de
50 e 100 reais, já em circulação a alguns meses. Junto com a edição das novas
notas, os cartazes do Banco Central alertando e orientando a respeito das
falsificações dessas notas.
Falsificação é uma coisa séria, falsificar
notas de dinheiro é crime federal, e quero me deter em outro espécie de
falsificação. A falsificação espiritual.
Não é porque uma coisa se parece com a verdade
que ela precisa ser realmente a verdade, e isso é complexo e real! No caso da
falsificação de dinheiro, sabe-se que hoje é mais fácil que antigamente devido
as impressoras e a tecnologia de ponta. Além disso sabemos de usos de técnicas
e truques que fazem com que a falsificação de dinheiro chegue mais próximo do
verdadeiro. Há quem faça uso do próprio papel da cédula, alvejando a impressão
original e imprimindo outra versão de valores encima do papel moeda alvejado.
Isso é um tanto sutil e complexo. A demanda de falsificações tende a tornar-se
cada vez mais parecida com a verdadeira, a fim de enganar e despistar qualquer
sinal de fraude. No campo espiritual não é diferente. Estamos vivendo agora
tempos mais perigosos, porque a imitação já ganhou um grau de sofisticação bem
mais sutil. O que dificulta uma detectação da fraude espiritual.
Veja bem, a falsificação dos dons tem sido bem
amplo em meios religiosos diversos. A Renovação Carismática católica tem
ganhado cada vez mais espaço na sociedade, com suas alegações de batismo com o
Espírito Santo, e há desde décadas movimentos evangélicos que tem aceitado isso
como legitimo. Mas a enganação é bem mais sutil dentro da própria igreja.
Quando que a doutrina pentecostal tradicional e dos pioneiros tinha como a base
a santificação para o derramar do Espírito Santo, sendo que hoje, muitos perceberam
que podem receber um “batismo de poder” sem precisar passar pelo processo de
santificação. Não é de admirar que essa forma sutil de enganação tenha efeitos
maléficos sem procedentes na atual igreja pentecostal.
Eu já ouvi pessoas se admirarem como aquela
“irmã” vaidosa sobe no púlpito para cantar e falar em línguas, profetizar e
exercer dons espirituais, sem precisar passar por qualquer processo de
santificação ou separação do mundo. A força da teologia do movimento de
confissão positiva e de muitas igrejas neopentecostais modernas está no ato de
receber dons espirituais, sem precisar passar por processos de santificação que
outrora o pentecostalismo clássico exigia. De fato as próprias igrejas
pentecostais clássicas mudaram suas táticas e suas abordagens. Mudaram
completamente os conceitos de santidade e abandonaram uma vida de castidade
modéstia e santidade, e agora estão vivendo o que antes condenavam, e não é de
admirar que ainda estejam supostamente experimentando um derramar do “Espírito”
(?)
A questão é que a falsificação está presente,
ela está agindo de maneira sutil, com todas as suas complexidades, o que torna
cada vez menos perceptível porque a vida piedosa da maioria esmagadora dos
cristãos modernos é superficial em todos os sentidos, tanto na vida devocional
quando na leitura sistemática das escrituras, fonte de genuíno alimento
espiritual e também o fornecedor das regras básicas para se aplicar o
discernimento bíblico.
Embora alguns pregadores tenham percebido
isso, entre eles o já falecido Dr Derek Prince, que escreveu um livreto sobre o
assunto do engano espiritual e seus perigos, o fato é que a maioria continua
seguindo rumo a uma confusão carismática sem saber discernir o que é e o que
não é.
A sofisticação da falsificação não apenas é
uma ameaça, mas também é um desafio. Nesse campo minado, em que estamos vivendo
princípios básicos de discernimentos estão sendo deixado de lado por causa da
política ecumênica e outras influencias mundanas e perigosas que rodeiam os
arraiais evangélicos.
A linguagem ecumênico-neopentecostal é que a
verdade deve ser sacrificada pelo amor. Mas se amor for sacrificado a verdade
vai ceder seu lugar para o engano. O argumento de que a doutrina divide é
especulativa, fora da realidade. A doutrina não divide, ela identifica, ela
separa o certo do errado. Principalmente a doutrina da santificação e da
separação do mundo. Estamos vivendo em tempos que poucos prezam pelos
fundamentos da fé cristã. Alem do mais a regra hoje é que a experiência fala
bem mais alto do que a doutrina, isso é um erro terrível!
Qualquer pesquisador que use o bom senso e
tenha tempo, para pesquisar sobre muitas manifestações sobrenaturais hoje em
dia, notará que há um mover de falsificação por todos os lados. Lendo sobre o
inicio do movimento da RCC, fiquei espantado como as pessoas católicas no
inicio da RCC, recebiam o “batismo” do “Espírito Santo”(?) fumando e bebendo
bebidas alcoólicas. Mas eu não quero me deter lá na RCC, já que o problema é
bem serio entre evangélicos. Igrejas e ministérios que se desenvolveram nesses
últimos anos, jogaram pelo ralo as doutrinas pentecostais tradicionais, e
assumem o risco de acreditar num derramar do Espírito Santo, sem santidade. Ou
de alterar todos os princípios de santidade tradicionais para dar vazão a
vaidade e a luxuria, e querer assim receber nos espirituais. Esse é um caminho
para a falsificação.
A regra fundamental para o recebimento de
poder do Espírito Santo é a obediência: “E nós somos testemunhas acerca destas
palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.”
(At 5:32)
A dádiva do poder espiritual vem pela
obediência, e isso é regra para todos os dons. No entanto hoje vimos como a
mensagem do arrependimento, a denuncia do pecado, a doutrina da cruz, da separação
do mundo, da inteira santificação, a doutrina da mortificação da carne foram
omitidos dos púlpitos e dos movimentos carismáticos modernos. Isso deveria soar
como um alerta para o nosso tempo. Mas no entanto tem passado despercebido em
nossos dias. Infelizmente hoje, há uma inversão de valores espirituais. Muitos
querem por como regra o seguinte principio: a experiência determina se uma
pessoa tem a verdade ou não. Quando na realidade, seguindo as normas de Mateus
7:21ss, a doutrina é que estabelece se uma pessoa está ou não na verdade. No
contexto de Mateus 7, fazer a vontade do Pai, isso é obediência, pela doutrina,
pelo cristianismo pratico. É aquilo que eu faço que determina quem eu sou, mas
hoje para muitos, as coisas funcionam assim: “aquilo que eu sinto determina
quem eu sou” isso não somente errado, mas também é perigoso. Já que não podemos
confiar em nossos sentimentos, assim como não devemos confiar em nossas emoções
e muito menos na psicologia. Uma vez que a igreja está sofrendo um processo de
implantação de elementos psicológicos, tem se dado ao erro de introduzir
elementos pragmáticos, ela está sendo infestada por manifestações falsas, por
refinadas e sutis imitações de dons do Espírito Santo. Isso é real, próprio dos
fins dos tempos. Mas isso não significa que devemos ficar de braços cruzados.
Porque é no tempo de apostasia que os verdadeiros profetas se levantam para
denunciar os pecados e os desvios de seu povo, e isso é um principio verdadeiro
desde tempos imemoriais. Assim sendo, a igreja dorme em muitos aspectos, mas os
profetas precisam ficar acordados em todo o tempo.
“Põe a trombeta à tua boca. Ele
virá como a águia contra a casa do Senhor, porque transgrediram a minha
aliança, e se rebelaram contra a minha lei.” (Os 8:1)
CLAVIO JUVENAL JACINTO
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