quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O PERIGO DAS FALSIFICAÇÕES ESPIRITUAIS






 O Brasil está celebrando suas novas notas de 50 e 100 reais, já em circulação a alguns meses. Junto com a edição das novas notas, os cartazes do Banco Central alertando e orientando a respeito das falsificações dessas notas.
 Falsificação é uma coisa séria, falsificar notas de dinheiro é crime federal, e quero me deter em outro espécie de falsificação. A falsificação espiritual.
 Não é porque uma coisa se parece com a verdade que ela precisa ser realmente a verdade, e isso é complexo e real! No caso da falsificação de dinheiro, sabe-se que hoje é mais fácil que antigamente devido as impressoras e a tecnologia de ponta. Além disso sabemos de usos de técnicas e truques que fazem com que a falsificação de dinheiro chegue mais próximo do verdadeiro. Há quem faça uso do próprio papel da cédula, alvejando a impressão original e imprimindo outra versão de valores encima do papel moeda alvejado. Isso é um tanto sutil e complexo. A demanda de falsificações tende a tornar-se cada vez mais parecida com a verdadeira, a fim de enganar e despistar qualquer sinal de fraude. No campo espiritual não é diferente. Estamos vivendo agora tempos mais perigosos, porque a imitação já ganhou um grau de sofisticação bem mais sutil. O que dificulta uma detectação da fraude espiritual.
 Veja bem, a falsificação dos dons tem sido bem amplo em meios religiosos diversos. A Renovação Carismática católica tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade, com suas alegações de batismo com o Espírito Santo, e há desde décadas movimentos evangélicos que tem aceitado isso como legitimo. Mas a enganação é bem mais sutil dentro da própria igreja. Quando que a doutrina pentecostal tradicional e dos pioneiros tinha como a base a santificação para o derramar do Espírito Santo, sendo que hoje, muitos perceberam que podem receber um “batismo de poder” sem precisar passar pelo processo de santificação. Não é de admirar que essa forma sutil de enganação tenha efeitos maléficos sem procedentes na atual igreja pentecostal.
 Eu já ouvi pessoas se admirarem como aquela “irmã” vaidosa sobe no púlpito para cantar e falar em línguas, profetizar e exercer dons espirituais, sem precisar passar por qualquer processo de santificação ou separação do mundo. A força da teologia do movimento de confissão positiva e de muitas igrejas neopentecostais modernas está no ato de receber dons espirituais, sem precisar passar por processos de santificação que outrora o pentecostalismo clássico exigia. De fato as próprias igrejas pentecostais clássicas mudaram suas táticas e suas abordagens. Mudaram completamente os conceitos de santidade e abandonaram uma vida de castidade modéstia e santidade, e agora estão vivendo o que antes condenavam, e não é de admirar que ainda estejam supostamente experimentando um derramar do “Espírito” (?)
 A questão é que a falsificação está presente, ela está agindo de maneira sutil, com todas as suas complexidades, o que torna cada vez menos perceptível porque a vida piedosa da maioria esmagadora dos cristãos modernos é superficial em todos os sentidos, tanto na vida devocional quando na leitura sistemática das escrituras, fonte de genuíno alimento espiritual e também o fornecedor das regras básicas para se aplicar o discernimento bíblico.
 Embora alguns pregadores tenham percebido isso, entre eles o já falecido Dr Derek Prince, que escreveu um livreto sobre o assunto do engano espiritual e seus perigos, o fato é que a maioria continua seguindo rumo a uma confusão carismática sem saber discernir o que é e o que não é.
 A sofisticação da falsificação não apenas é uma ameaça, mas também é um desafio. Nesse campo minado, em que estamos vivendo princípios básicos de discernimentos estão sendo deixado de lado por causa da política ecumênica e outras influencias mundanas e perigosas que rodeiam os arraiais evangélicos.
 A linguagem ecumênico-neopentecostal é que a verdade deve ser sacrificada pelo amor. Mas se amor for sacrificado a verdade vai ceder seu lugar para o engano. O argumento de que a doutrina divide é especulativa, fora da realidade. A doutrina não divide, ela identifica, ela separa o certo do errado. Principalmente a doutrina da santificação e da separação do mundo. Estamos vivendo em tempos que poucos prezam pelos fundamentos da fé cristã. Alem do mais a regra hoje é que a experiência fala bem mais alto do que a doutrina, isso é um erro terrível!
 Qualquer pesquisador que use o bom senso e tenha tempo, para pesquisar sobre muitas manifestações sobrenaturais hoje em dia, notará que há um mover de falsificação por todos os lados. Lendo sobre o inicio do movimento da RCC, fiquei espantado como as pessoas católicas no inicio da RCC, recebiam o “batismo” do “Espírito Santo”(?) fumando e bebendo bebidas alcoólicas. Mas eu não quero me deter lá na RCC, já que o problema é bem serio entre evangélicos. Igrejas e ministérios que se desenvolveram nesses últimos anos, jogaram pelo ralo as doutrinas pentecostais tradicionais, e assumem o risco de acreditar num derramar do Espírito Santo, sem santidade. Ou de alterar todos os princípios de santidade tradicionais para dar vazão a vaidade e a luxuria, e querer assim receber nos espirituais. Esse é um caminho para a falsificação.
 A regra fundamental para o recebimento de poder do Espírito Santo é a obediência: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.” (At 5:32)
 A dádiva do poder espiritual vem pela obediência, e isso é regra para todos os dons. No entanto hoje vimos como a mensagem do arrependimento, a denuncia do pecado, a doutrina da cruz, da separação do mundo, da inteira santificação, a doutrina da mortificação da carne foram omitidos dos púlpitos e dos movimentos carismáticos modernos. Isso deveria soar como um alerta para o nosso tempo. Mas no entanto tem passado despercebido em nossos dias. Infelizmente hoje, há uma inversão de valores espirituais. Muitos querem por como regra o seguinte principio: a experiência determina se uma pessoa tem a verdade ou não. Quando na realidade, seguindo as normas de Mateus 7:21ss, a doutrina é que estabelece se uma pessoa está ou não na verdade. No contexto de Mateus 7, fazer a vontade do Pai, isso é obediência, pela doutrina, pelo cristianismo pratico. É aquilo que eu faço que determina quem eu sou, mas hoje para muitos, as coisas funcionam assim: “aquilo que eu sinto determina quem eu sou” isso não somente errado, mas também é perigoso. Já que não podemos confiar em nossos sentimentos, assim como não devemos confiar em nossas emoções e muito menos na psicologia. Uma vez que a igreja está sofrendo um processo de implantação de elementos psicológicos, tem se dado ao erro de introduzir elementos pragmáticos, ela está sendo infestada por manifestações falsas, por refinadas e sutis imitações de dons do Espírito Santo. Isso é real, próprio dos fins dos tempos. Mas isso não significa que devemos ficar de braços cruzados. Porque é no tempo de apostasia que os verdadeiros profetas se levantam para denunciar os pecados e os desvios de seu povo, e isso é um principio verdadeiro desde tempos imemoriais. Assim sendo, a igreja dorme em muitos aspectos, mas os profetas precisam ficar acordados em todo o tempo.
“Põe a trombeta à tua boca. Ele virá como a águia contra a casa do Senhor, porque transgrediram a minha aliança, e se rebelaram contra a minha lei.” (Os 8:1)

CLAVIO JUVENAL JACINTO

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