Para que possais andar dignamente
diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e
crescendo no conhecimento de Deus; (Cl 1:10)
Essa magnífica passagem trata de
quatro assuntos importantes para o cristão: andar dignamente diante do SENHOR,
agradar em tudo ao SENHOR, frutificando em toda a boa obra e por ultimo crescer
no conhecimento do SENHOR.
Porque a questão da frutificação está aqui no
meio desse precioso versículo? Porque a frutificação das boas obras é essencial
para se ter um andar digno diante de Deus, a frutificação nas boas obras é
fundamental para se agradar a Deus, e a frutificação espiritual é crucial para
se ter um conhecimento progressivo de Deus.
A ênfase de Paulo é frutificar em toda a boa
obra. Isso significa ação! Mas aqui está o segredo: é uma ação voltada aos
interesses do próximo, e não de nós mesmos. É um projeto de vida fundamentado
no projeto de Deus e não em nossos projetos. Nossos projetos na maioria das
vezes são reflexos de nossas vaidades e de nossa visão distorcida da
realidade(Tiago 4:13 e 14)
O que Deus projetou não vai refletir somente
no tempo presente, seu projeto tem repercussão eterna.
Assim entendemos que a frutificação é um dos
fundamentos básicos da vida espiritual autentica. Por isso segue o princpio: se
há frutificação deve também ter celeiros. O que quero dizer com isso?
Volte ao versículo e leia novamente, são
quatro partes, andar dignamente, agradando a Deus, Crescendo no conhecimento.
Todas essas experiências podem ser obtidas através do ato de frutificar em boas
obras. Mas esse é um tema muito difícil de falar, porque os cristãos modernos
são muito egoístas, todo o desenvolvimento cristão atual está quase que
praticamente voltado para o materialismo e para a auto-satisfação.
Eu faço um desafio, quero que você seja
sincero: qual foi a ultima vez que você ouviu um sermão baseado no ensino que
você precisa repartir teus bens com aqueles que nada tem?
A ênfase hoje está no adquirir e não no
repartir. Mas a essência do cristianismo não é isso. Veja você mesmo que o DEUS
PAI TODO PODEROSO, ao dar seu FILHO, repartiu com a humanidade seu bem mais
precioso: seu próprio FILHO. Mas a nossa ênfase é outra, ao invés dos celeiros espirituais
estarem cheios de frutos espirituais, todo o cristianismo moderno, e em
raríssimas exceções está ensinando os cristãos a labutarem para que os celeiros
materiais sejam cheios, para satisfação da concupiscência, para provocar o
avivamento do orgulho e impregnar pessoas de falsa piedade. Jesus advertiu
sobre essa atitude perigosa em uma certa para parábola (Lucas 12)
É verdade, embora seja bíblica a doutrina de
que, quem tem deve repartir com os que não tem, ninguém toca nesse assunto. (I
Timoteo 6: 17 a 21) se ensina muito sobre a prosperidade em nossos dias, só não
explicam que a prosperidade pode ser apenas uma benção dada a um cristão, para
que em seguida ele reparta a sua benção com aqueles que não tem nada. Não é
isso que vimos hoje. Se ensina a busca do dinheiro, de modo avarento, a reter
para as delicias pessoais. Enquanto que os missionários passam fome, enquanto
que em muitas partes de nosso país cristãos passam por muitas necessidades. Eu
conheço pessoalmente um missionário que ficava até quatro dias sem provar uma
refeição, compartilhando o nada com a sua esposa, no campo missionário,
enquanto muitos de seus irmãos, pregavam prosperidade. Isso é um disparate
lógico e teológico. Eu não posso concordar que isso seja cristianismo. O
cristianismo do primeiro século tinha tudo em comum, o cristianismo atual ao
contrario tem tudo em incomum, um com os outros. Por isso o primeiro fruto que
deve existir em nosso celeiro espiritual, é a virtude da sensibilidade.
Embora a bíblia fale que a nossa vida nesse
mundo seja como uma neblina que logo se dissipa(Tiago 4;14), que nada levamos
desse mundo (I Timoteo 6:7) vivemos como se essas palavras não fossem
verdadeiras. Desculpe-me pela ousadia, mas a maior parte dos cristãos atuais
vem denunciando com suas próprias vidas, que não crêem na verdade das
escrituras. Se cressem, não estariam vivendo agarrados a esse mundo, buscando
seus prazeres e retendo grande parte dos bens terrenos.
Talvez esse seja o tipo de mensagem que a
maioria dos cristãos não tem interesse, mas não vou deixar de falar por causa
disso. Quando Paulo fala de frutificação de boas obras, isso Poe fim a vida boa
e descomprometida da maior parte dos cristãos modernos, que não simpatizam com
sacrifícios pessoais. E frutificar em boas obras é abrir mão das comilanças de
domingo para jejuar pelos outros, tirar o domingo para uma consagração e fazer
visitas ou evangelizar. Sim, isso é uma brasa na consciência de muitos. Porque
a muitas pessoas em situações difíceis, os hospitais estão abarrotados de
enfermos, as penitenciarias estão cheias de delinqüentes, uma grande parcela de
lugares nesse mundo ainda não foram alcançadas pelo evangelho, e tudo isso tem
a ver com a nossa procrastinação. Estamos sonolentos, atordoados pelas vozes
confusas dos desvios teológicos. E retemos nossos bens nos bancos, enquanto que
muitos campos missionários são abandoados por falta de recursos financeiros, e
damos “aleluia” E “Glória a Deus’ com a maior naturalidade, como se nada
estivesse errado com o nosso cristianismo de fuga. Veja bem, querido irmão, que
enquanto que uma grande parcela dos evangélicos atuais crêem no arrebatamento
iminente, estão entesourando seus bens para o que eles acreditam ser o sistema
do anticristo. Isso é ou não é uma contradição? Deixar uma herança para o mundo
enquanto nossos missionários passam fome, e a igreja perseguida sofra as
aflições do tempo presente, onde lideres nem sequer possuem um exemplar das
escrituras, é uma contradição.
Precisamos urgentemente rever nossos
conceitos, vamos colocar a mão no arado, agir, evangelizar, visitar, gastar
mais o nosso tempo com o próximo, viver mais em comunhão com Deus, investir
mais no reino de Deus, desenvolver uma vida de ações voltadas para o interesse
do evangelho. Precisamos encher nossos celeiros espirituais, porque é
exatamente o que fizemos para Deus que nos acompanhará para a eternidade.
“E ouvi uma voz do céu, que me
dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.
Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os
seguem.” (Ap 14:13)
Os céus não estão interessados pela sua conta
bancaria, mas estará contabilizado o quanto você deu aos pobres. Não estará
registrado a marca do seu veiculo, mas quantas pessoas foram beneficiadas com
uma carona. É tempo perdido você querer
ser evangélico sem viver e praticar o evangelho. Por isso de agora em diante,
encha seus celeiros de boas obras, vá agir, fazer a sua parte. Não se sinta
perdido na confusão, saia do meio da multidão do vale da indecisão. E faça a
sua parte, quem faz a vontade de Deus não perde nem o tempo e nem a eternidade.
CLAVIO JUVENAL JACINTO
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