segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CELEIROS ESPIRITUAIS





Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus; (Cl 1:10)

Essa magnífica passagem trata de quatro assuntos importantes para o cristão: andar dignamente diante do SENHOR, agradar em tudo ao SENHOR, frutificando em toda a boa obra e por ultimo crescer no conhecimento do SENHOR.
 Porque a questão da frutificação está aqui no meio desse precioso versículo? Porque a frutificação das boas obras é essencial para se ter um andar digno diante de Deus, a frutificação nas boas obras é fundamental para se agradar a Deus, e a frutificação espiritual é crucial para se ter um conhecimento progressivo de Deus.
 A ênfase de Paulo é frutificar em toda a boa obra. Isso significa ação! Mas aqui está o segredo: é uma ação voltada aos interesses do próximo, e não de nós mesmos. É um projeto de vida fundamentado no projeto de Deus e não em nossos projetos. Nossos projetos na maioria das vezes são reflexos de nossas vaidades e de nossa visão distorcida da realidade(Tiago 4:13 e 14)
 O que Deus projetou não vai refletir somente no tempo presente, seu projeto tem repercussão eterna.
 Assim entendemos que a frutificação é um dos fundamentos básicos da vida espiritual autentica. Por isso segue o princpio: se há frutificação deve também ter celeiros. O que quero dizer com isso?
 Volte ao versículo e leia novamente, são quatro partes, andar dignamente, agradando a Deus, Crescendo no conhecimento. Todas essas experiências podem ser obtidas através do ato de frutificar em boas obras. Mas esse é um tema muito difícil de falar, porque os cristãos modernos são muito egoístas, todo o desenvolvimento cristão atual está quase que praticamente voltado para o materialismo e para a auto-satisfação.
 Eu faço um desafio, quero que você seja sincero: qual foi a ultima vez que você ouviu um sermão baseado no ensino que você precisa repartir teus bens com aqueles que nada tem?
 A ênfase hoje está no adquirir e não no repartir. Mas a essência do cristianismo não é isso. Veja você mesmo que o DEUS PAI TODO PODEROSO, ao dar seu FILHO, repartiu com a humanidade seu bem mais precioso: seu próprio FILHO. Mas a nossa ênfase é outra, ao invés dos celeiros espirituais estarem cheios de frutos espirituais, todo o cristianismo moderno, e em raríssimas exceções está ensinando os cristãos a labutarem para que os celeiros materiais sejam cheios, para satisfação da concupiscência, para provocar o avivamento do orgulho e impregnar pessoas de falsa piedade. Jesus advertiu sobre essa atitude perigosa em uma certa para parábola (Lucas 12)
 É verdade, embora seja bíblica a doutrina de que, quem tem deve repartir com os que não tem, ninguém toca nesse assunto. (I Timoteo 6: 17 a 21) se ensina muito sobre a prosperidade em nossos dias, só não explicam que a prosperidade pode ser apenas uma benção dada a um cristão, para que em seguida ele reparta a sua benção com aqueles que não tem nada. Não é isso que vimos hoje. Se ensina a busca do dinheiro, de modo avarento, a reter para as delicias pessoais. Enquanto que os missionários passam fome, enquanto que em muitas partes de nosso país cristãos passam por muitas necessidades. Eu conheço pessoalmente um missionário que ficava até quatro dias sem provar uma refeição, compartilhando o nada com a sua esposa, no campo missionário, enquanto muitos de seus irmãos, pregavam prosperidade. Isso é um disparate lógico e teológico. Eu não posso concordar que isso seja cristianismo. O cristianismo do primeiro século tinha tudo em comum, o cristianismo atual ao contrario tem tudo em incomum, um com os outros. Por isso o primeiro fruto que deve existir em nosso celeiro espiritual, é a virtude da sensibilidade.
 Embora a bíblia fale que a nossa vida nesse mundo seja como uma neblina que logo se dissipa(Tiago 4;14), que nada levamos desse mundo (I Timoteo 6:7) vivemos como se essas palavras não fossem verdadeiras. Desculpe-me pela ousadia, mas a maior parte dos cristãos atuais vem denunciando com suas próprias vidas, que não crêem na verdade das escrituras. Se cressem, não estariam vivendo agarrados a esse mundo, buscando seus prazeres e retendo grande parte dos bens terrenos.
 Talvez esse seja o tipo de mensagem que a maioria dos cristãos não tem interesse, mas não vou deixar de falar por causa disso. Quando Paulo fala de frutificação de boas obras, isso Poe fim a vida boa e descomprometida da maior parte dos cristãos modernos, que não simpatizam com sacrifícios pessoais. E frutificar em boas obras é abrir mão das comilanças de domingo para jejuar pelos outros, tirar o domingo para uma consagração e fazer visitas ou evangelizar. Sim, isso é uma brasa na consciência de muitos. Porque a muitas pessoas em situações difíceis, os hospitais estão abarrotados de enfermos, as penitenciarias estão cheias de delinqüentes, uma grande parcela de lugares nesse mundo ainda não foram alcançadas pelo evangelho, e tudo isso tem a ver com a nossa procrastinação. Estamos sonolentos, atordoados pelas vozes confusas dos desvios teológicos. E retemos nossos bens nos bancos, enquanto que muitos campos missionários são abandoados por falta de recursos financeiros, e damos “aleluia” E “Glória a Deus’ com a maior naturalidade, como se nada estivesse errado com o nosso cristianismo de fuga. Veja bem, querido irmão, que enquanto que uma grande parcela dos evangélicos atuais crêem no arrebatamento iminente, estão entesourando seus bens para o que eles acreditam ser o sistema do anticristo. Isso é ou não é uma contradição? Deixar uma herança para o mundo enquanto nossos missionários passam fome, e a igreja perseguida sofra as aflições do tempo presente, onde lideres nem sequer possuem um exemplar das escrituras, é uma contradição.
 Precisamos urgentemente rever nossos conceitos, vamos colocar a mão no arado, agir, evangelizar, visitar, gastar mais o nosso tempo com o próximo, viver mais em comunhão com Deus, investir mais no reino de Deus, desenvolver uma vida de ações voltadas para o interesse do evangelho. Precisamos encher nossos celeiros espirituais, porque é exatamente o que fizemos para Deus que nos acompanhará para a eternidade.
“E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.” (Ap 14:13)
 Os céus não estão interessados pela sua conta bancaria, mas estará contabilizado o quanto você deu aos pobres. Não estará registrado a marca do seu veiculo, mas quantas pessoas foram beneficiadas com uma carona.  É tempo perdido você querer ser evangélico sem viver e praticar o evangelho. Por isso de agora em diante, encha seus celeiros de boas obras, vá agir, fazer a sua parte. Não se sinta perdido na confusão, saia do meio da multidão do vale da indecisão. E faça a sua parte, quem faz a vontade de Deus não perde nem o tempo e nem a eternidade.

CLAVIO JUVENAL JACINTO



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