. Estamos vivendo temos de
transição, e com certeza, tempos de grande perigo. O cristãos modernos, na sua maioria
esmagadora nominais que nunca passaram pelo processo de uma autentica
regeneração, não estão prontos para os desafios do mundo secular. A cosmovisão
bíblica ortodoxa não tem sido a opção de muitos ditos evangélicos modernos,
estão reinventando uma fé, um evangelho que possa se adaptar ao mundo moderno.
Essa é a opção quando não se está recuando: reinventando! Assim, temos uma
geração extremamente carnal, profundamente liberal, que já não mais deseja
seguir os princípios bíblicos fundamentais. Em outras palavras, o cristianismo
conservador ficou fora de moda, e enfrenta os grandes desafios desses dias
difíceis, de engano e apostasia.
Nem o recuo e nem a reinvenção do cristianismo
são coisas boas, pelo contrario são extremamente malignos, vão comprometer a
vida eterna de milhões de pessoas. Mas é
o que tem um enorme êxito hoje em dia. Desde que não se convide para se
arrepender, ou denunciar pecados, mas se fala de auto-estima, êxito, sucesso,
fama, glória, etc. isso sempre cativa e atrai multidões.
Acontece que as veredas antigas
não cativam a mente carnal. Falar hoje de assuntos como caminho estreito,
separação do mundo, mortificação da natureza carnal e autoridade final das escrituras em assuntos de fé, são fardos
extremamente pesados para essa geração de
neocristãos.
De fato o que vimos é que a razão
por si só tem sido a bussola que mede a verdade que se quer crer e nada mais. A
reinvenção de um cristianismo que tolera o pecado, que se associa com o mundo,
que proclama o triunfalismo e não quer
saber de martírio, é uma realidade incontestável em nossos dias. Mas do que
nunca, o que Paulo escreveu para Tito em Tito 1:16 tem uma aplicação concreta
em nossos dias. Há uma confissão de fé, anulada pelas obras. A ação denuncia
como falsa a profissão de fé. Crer em
Deus, confissão de uma fé, ou de um
conjunto de doutrinas acompanhada de ações degeneradas ao invés de regeneradas,
tem sido a característica comum de grande parte dos cristãos modernos.
O que temos em uma nova
reinterpretação por exemplo da graça de Deus, para muitos a graça é o oposto em
todos os sentidos do legalismo, geralmente o legalismo é uma classificação para
qualquer tipo de doutrina mesmo encontrado nas paginas do Novo Testamento, que
vão contra o estilo de vida dos cristãos pós-modernos. Mas o fato é que a graça
de Deus nos chama para deixar de batalhar pelo pecado, para batalhar
intensamente contra o pecado. O que temos visto é o oposto. A graça de Deus foi
reinterpretada para dar vazão as paixões decadentes da carne. A graça nunca foi
o fundamento da libertinagem, e nunca será!
Pelo comportamento de muitos
cristãos modernos, é difícil acreditar que eles crêem na pratica que a bíblia seja
ainda a autoridade final em questões de fé. Há uma espírito religioso,
extremamente sutil influenciando essa geração atual de cristãos, fazendo com
que a piedade tenha uma forma estranha, amalgamando carnalidade com misticismo,
dando a impressão que se trata de obra ou manifestação do Espirito Santo.
Não há caráter, nem frutos autênticos
de vidas regeneradas, apenas uma mudança superficial, uma reforma religiosa e
uma adequação de rotina. Hoje em dia, ser cristão, é corresponder a um apelo,
comprar uma bíblia, freqüentar uma reunião e só isso. Não há mudança de vida,
não se prega arrependimento, poucos sabem o que é novo nascimento, e quase ninguém
experimenta a regeneração.
A bíblia como livro de
referencia, e como livro teste, para autenticar a vida cristã e a doutrina tem
sido deixada de lado, ou reinterpretada para se encaixar com a nova forma de
cristianismo que vimos por ai. Embora seja
fato que muitos estão experimentando sensações de gozo, êxtases, estão tendo
visões e estão vendo manifestações sobrenaturais, tudo isso está completamente
fora do foco da bíblia. São manifestação para enredar pessoas no engano, já que
querem autenticar uma religião que descarta e anula a autoridade das
escrituras. Fico com as palavras do teólogo Vincent Cheung que diz: “ Com
respeito as experiências religiosas, mesmo a visão de Cristo não vale mais que
mil palavras das escrituras. Não se pode provar a validade da experiência
religiosa, seja a cura miraculosa, ou a visitação de anjos, sem o conhecimento
das escrituras. Os encontros sobrenaturais mais espetaculares perdem o
significado sem a comunhão verbal para informar a mente” (1)
Isso é extremamente importante,
aliás é essencial. Cheung, fala de algo que quando aplicado na experiência sobrenatural,
evita o caminho para outro evangelho e para qualquer tipo de engano.
Agora vejamos na própria experiência
narrativa das escrituras em Genesis 3 e Mateus 4, o primeiro fala sobre a
tentação que Eva enfrentou e a outra que Jesus enfrentou. Uma no paraíso e
outra no deserto, são circunstancias diferentes, mas o que o diabo faz é a
mesma coisa...aplicar a palavra de Deus de
modo errado, reinterpretando os princípios espirituais. Basta fazer uma
leitura acurada dos dois textos e ver que a reinterpretação da bíblia para dar
um sentido que não existe é uma obra maligna, que pode causar danos espirituais
sem proporções na vida espiritual.
O disfarce da serpente em Genesis
3 só é revelado do forma plena em Apocalipse 12:9. A antiga serpente, seus métodos
são antigos, mas nunca perderam a eficácia.
Precisamos voltar ao principio, a
bíblia como única regra de fé, inspirada na sua totalidade, inerrante, o farol
que nos conduz com segurança em questões de fé. Precisamos vive-la na pratica,
como ensina vimos em Tiago 1:21 e 22.
Sei que esse é um caminho difícil
em nossos dias, mas é o caminho da identidade autentica no meio da confusão
babilonica religiosa de nossos dias. Mais do que um alerta, é preciso agir com
coragem e permanecer nas veredas antigas, no caminho estreito, do qual Cristo
nos falou.
(1) Introdução
a Teologia Sistematica-Vincent Cheung
Arte Editorial pag 29
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