Santifica-os na tua verdade; a tua
palavra é a verdade. (Jo 17:17) O Senhor Jesus Cristo faz uma afirmação firme
sobre a autoridade da palavra de Deus, ela é de suma importância para o cristão
comprometido com a verdade do evangelho. Estamos tratando de um assunto vital,
as escrituras não podem ser tratadas de modo leviano ou secundário, ou sua
importância é fundamental, ou perdemos o fio da meada.
A
verdade contida nas escrituras é suficiente? Ou precisamos de algo mais para um
complemento para que haja uma revelação da verdade mais ampla? Parte do que
conhecemos como cristandade, que engloba uma serie de movimentos ditos
cristãos, tentam somar algo a autoridade das escrituras, e acabam por te-la
apenas como uma fonte de autoridade sem voz definitiva nos assuntos
doutrinários ou em convicções pessoais.
A
maioria das confissões cristãs, assumem que a bíblia é a única regra de fé, mas
recentemente conversei com um grupo de lideres evangélicos, no qual discordei
sobre certos assuntos, e já houve o equivalente para perceber que na visão de
muita gente, a bíblia na pratica não é a única regra de fé. Quando citei as
bases bíblicas que comprovava algo que estava errado, a reação foi algo
peculiar ao que a maioria faz, colocaram a razão humana e a opinião como uma
autoridade final para definir se a declaração bíblica sobre determinado assunto
estava ou não correta. Pode ser incrível como cristãos ditos maduros exercendo
liderança tenham agido assim, mas foi extamente isso que vi e ainda continuo
vendo em muitos lugares, tenho percebido que a razão humana tem exercido uma
forte influencia autoritária sobre os textos bíblicos, impedindo que eles
tenham um imperativo de falarem por si mesmos, e impedindo que a bíblia seja a
autoridade final. O orgulho humano e talvez a conveniência, força a opinião de
muitos, e o final é que na pratica, a bíblia não é a autoridade final em muitas
questões doutrinas.
Jesus não agia assim, seu reconhecimento das
escrituras como autoridade e fonte de verdade absoluta é inquestionável.
Concordo com essas palavras do Rev. Ewerton Barcelos
Tokashiki “A Bíblia é completa em seus
66 livros. Mesmo se os arqueólogos encontrassem uma outra epístola do apóstolo
Paulo não a aceitaríamos como parte da Palavra de Deus. O número de livros que
o nosso Senhor intentou dar-nos é somente este, nada mais acrescentaremos (Ap
22:18-19). O que os autores escreveram, movidos pelo Espírito Santo, é
inspirado, todavia, não significa que os outros dos seus escritos também sejam
inspirados. Por exemplo, Paulo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento,
mas durante toda a sua vida, após a conversão, certamente que escreveu
muito mais do que apenas estas epístolas, mas isto, não significa que a inspiração
estava inerente à sua pessoa de tal modo, que sempre escrevia
inspirado. Mas, é bom lembrarmos que tudo o que nos foi deixado (os 66
livros), somente foi preservado por causa de sua inspiração.” (1)
Se a bíblia é a
autoridade final então devemos atentar única e exclusivamente a ela em quando o
assunto é fé e doutrina. Impor regras
humans e depois reprimir pessoas por não obedecer essas regras é um forma
consumada de não acreditar nas escrituras como autoridade e muitos tem
prodedido assim. Outro exemplo importante está na polemica das revelações, se
existe uma divina revelação do inferno, que não se encaixa com o modelo
bíblico, jamais devemos acreditar, ou se acreditamos, então a bíblia será
somente uma autoridade parcial, e isso não somente deve ser aplicado com
relação ao inferno, mas também ao céu ou qualquer outra coisa relacionada a
assuntos espirituais.
“As palavras do
Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada
sete vezes”. (Sl 12:6)
veja bem o testemunho
do salmista ao considerar as palavras de Deus com virtudes de pureza, mas se
houver um acréscimo acaso elas ainda continuarão puras?
A maior parte dos
cristãos se amoldam a muitas tradições denominacionais, e quando são
confrontados com o erro, que sem duvida aparece em praticamente em todos os
credos e tradições humanas enraizadas dentro das organizações e instituições
cristãs, quase sempre reage de forma a não aceitar o que a bíblia diz. Ou faz
arranjos exegéticos, ou desenvolve argumentos ou simplesmente ignora, há muita
pouca gente disposta a correção justamente por causa desse orgulho e desse
egoísmo dentro do homem.
No entanto somos
exortados a terem uma vida modelada conforme os ditames bíblicos “Retendo firme
a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para
admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tt 1:9) é
fato consumado que o cânon já está fechado, e todo o eventual processo de
desenvolvimento doutrinário precisa ter um encaixe perfeito com o molde das
escrituras. Mas não há um cuidado nesse assunto, o que abre uma enorme porta
para enganos sutis, e isso deveria ser um alerta para cada líder e para cada
cristão em particular, uma vez que o princpio bíblico é “Se alguém falar, fale
segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder
que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem
pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (1Pe 4:11) isso não abre
margem para mensagens proveniente de revelações que contradizem a própria
bíblia, não abre margem para doutrinas provenientes do mundo espiritual, não
abre margens para doutrinas cujo resultado é apenas a razão e a opinião de
homens. Na verdade, muitos que se dizem cristãos, não se submetem a bíblia como
palavra final em questões de fé e pratica.
Mas o que vemos hoje reflete muito bem o que
disse o Dr Joseph Farinaccio:
“
se as escrituras são a autoridade final, e se uma pessoa prova a autoridade da
escritura com base em algo que não seja a próprias escrituras, ela prova que as
escrituras não são a autoridade final. Em outras palavras, provar a autoridade
das escrituras com base em algo diferente dela é refutar as escrituras” (2)
de fato, uma declaração como fez o Dr Donald
Stamps na bíblia pentecostal, tem peso doutrinário equivalente a quilates: “As
sagradas escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e
obedecidas como autoridade suprema em todas as coisas pertencentes a vida e a
piedade” realmente isso bem ortodoxo, mas isso não é a experiência da maior
parte dos pentecostais e carismáticos, e muitos históricos também navegam no
mesmo oceano de confusão. Por isso valem as palavras de Hernades Lopes
relativas ao cristão moderno: “Professa crer em Deus, mas não confiam em sua
palavra. Acham que os poços antigos não podem ser reabertos, porque não tem
mais água. Por isso desprezam as antigas veredas e abandonam o antigo
evangelho. Por abandonarem a suficiência das escrituras, tentam cavar novos
poços, não segundo os princípios de Deus, mas segundo os parâmetros da
corrompida vontade humana. Por isso temos visto a explosão de um misticismo
exacerbado dentro do arraial evangélico. Crentes que estão sempre a procura da
ultima novidade, pulando de uma experiência para outra. Buscando preencher o
vazio de um coração sedento”(3)
infelizmente o Pr Hernandes tem razão, não
confiar na suficiência das escrituras e não aplicar a elas a autoridade final,
abre as portas para terríveis enganos espirituais, e parte de toda essa
confusão que vimos hoje é devido ao fato da bíblia não ser a autoridade final, mas somente um livro
religioso influente.
CLAVIO JUVENAL JACINTO
(2)
Fé com Razão,
porque o Cristianismo é verdadeiro? Joseph- R. Farinaccio-Editora Monergismo-
Pág 71
(3) Prosperando no Deserto-Hernandes Dias
Lopes-Editora Candeia- pág 76
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