quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Perigo de não Reconhecer as Escrituras como Autoridade Final






Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. (Jo 17:17) O Senhor Jesus Cristo faz uma afirmação firme sobre a autoridade da palavra de Deus, ela é de suma importância para o cristão comprometido com a verdade do evangelho. Estamos tratando de um assunto vital, as escrituras não podem ser tratadas de modo leviano ou secundário, ou sua importância é fundamental, ou perdemos o fio da meada.
 A verdade contida nas escrituras é suficiente? Ou precisamos de algo mais para um complemento para que haja uma revelação da verdade mais ampla? Parte do que conhecemos como cristandade, que engloba uma serie de movimentos ditos cristãos, tentam somar algo a autoridade das escrituras, e acabam por te-la apenas como uma fonte de autoridade sem voz definitiva nos assuntos doutrinários ou em convicções pessoais.
 A maioria das confissões cristãs, assumem que a bíblia é a única regra de fé, mas recentemente conversei com um grupo de lideres evangélicos, no qual discordei sobre certos assuntos, e já houve o equivalente para perceber que na visão de muita gente, a bíblia na pratica não é a única regra de fé. Quando citei as bases bíblicas que comprovava algo que estava errado, a reação foi algo peculiar ao que a maioria faz, colocaram a razão humana e a opinião como uma autoridade final para definir se a declaração bíblica sobre determinado assunto estava ou não correta. Pode ser incrível como cristãos ditos maduros exercendo liderança tenham agido assim, mas foi extamente isso que vi e ainda continuo vendo em muitos lugares, tenho percebido que a razão humana tem exercido uma forte influencia autoritária sobre os textos bíblicos, impedindo que eles tenham um imperativo de falarem por si mesmos, e impedindo que a bíblia seja a autoridade final. O orgulho humano e talvez a conveniência, força a opinião de muitos, e o final é que na pratica, a bíblia não é a autoridade final em muitas questões doutrinas.
 Jesus não agia assim, seu reconhecimento das escrituras como autoridade e fonte de verdade absoluta é inquestionável. 
 Concordo com essas palavras do Rev. Ewerton Barcelos TokashikiA Bíblia é completa em seus 66 livros. Mesmo se os arqueólogos encontrassem uma outra epístola do apóstolo Paulo não a aceitaríamos como parte da Palavra de Deus. O número de livros que o nosso Senhor intentou dar-nos é somente este, nada mais acrescentaremos (Ap 22:18-19). O que os autores escreveram, movidos pelo Espírito Santo, é inspirado, todavia, não significa que os outros dos seus escritos também sejam inspirados. Por exemplo, Paulo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento, mas durante toda a sua vida, após a conversão, certamente que escreveu muito mais do que apenas estas epístolas, mas isto, não significa que a inspiração estava inerente à sua pessoa de tal modo, que sempre escrevia inspirado. Mas, é bom lembrarmos que tudo o que nos foi deixado (os 66 livros), somente foi preservado por causa de sua inspiração.” (1)
Se a bíblia é a autoridade final então devemos atentar única e exclusivamente a ela em quando o assunto é fé e doutrina.  Impor regras humans e depois reprimir pessoas por não obedecer essas regras é um forma consumada de não acreditar nas escrituras como autoridade e muitos tem prodedido assim. Outro exemplo importante está na polemica das revelações, se existe uma divina revelação do inferno, que não se encaixa com o modelo bíblico, jamais devemos acreditar, ou se acreditamos, então a bíblia será somente uma autoridade parcial, e isso não somente deve ser aplicado com relação ao inferno, mas também ao céu ou qualquer outra coisa relacionada a assuntos espirituais.
“As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes”. (Sl 12:6)
veja bem o testemunho do salmista ao considerar as palavras de Deus com virtudes de pureza, mas se houver um acréscimo acaso elas ainda continuarão puras?
A maior parte dos cristãos se amoldam a muitas tradições denominacionais, e quando são confrontados com o erro, que sem duvida aparece em praticamente em todos os credos e tradições humanas enraizadas dentro das organizações e instituições cristãs, quase sempre reage de forma a não aceitar o que a bíblia diz. Ou faz arranjos exegéticos, ou desenvolve argumentos ou simplesmente ignora, há muita pouca gente disposta a correção justamente por causa desse orgulho e desse egoísmo dentro do homem.
No entanto somos exortados a terem uma vida modelada conforme os ditames bíblicos “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tt 1:9) é fato consumado que o cânon já está fechado, e todo o eventual processo de desenvolvimento doutrinário precisa ter um encaixe perfeito com o molde das escrituras. Mas não há um cuidado nesse assunto, o que abre uma enorme porta para enganos sutis, e isso deveria ser um alerta para cada líder e para cada cristão em particular, uma vez que o princpio bíblico é “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (1Pe 4:11) isso não abre margem para mensagens proveniente de revelações que contradizem a própria bíblia, não abre margem para doutrinas provenientes do mundo espiritual, não abre margens para doutrinas cujo resultado é apenas a razão e a opinião de homens. Na verdade, muitos que se dizem cristãos, não se submetem a bíblia como palavra final em questões de fé e pratica.
 Mas o que vemos hoje reflete muito bem o que disse o Dr Joseph Farinaccio:
“ se as escrituras são a autoridade final, e se uma pessoa prova a autoridade da escritura com base em algo que não seja a próprias escrituras, ela prova que as escrituras não são a autoridade final. Em outras palavras, provar a autoridade das escrituras com base em algo diferente dela é refutar as escrituras” (2)
 de fato, uma declaração como fez o Dr Donald Stamps na bíblia pentecostal, tem peso doutrinário equivalente a quilates: “As sagradas escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e obedecidas como autoridade suprema em todas as coisas pertencentes a vida e a piedade” realmente isso bem ortodoxo, mas isso não é a experiência da maior parte dos pentecostais e carismáticos, e muitos históricos também navegam no mesmo oceano de confusão. Por isso valem as palavras de Hernades Lopes relativas ao cristão moderno: “Professa crer em Deus, mas não confiam em sua palavra. Acham que os poços antigos não podem ser reabertos, porque não tem mais água. Por isso desprezam as antigas veredas e abandonam o antigo evangelho. Por abandonarem a suficiência das escrituras, tentam cavar novos poços, não segundo os princípios de Deus, mas segundo os parâmetros da corrompida vontade humana. Por isso temos visto a explosão de um misticismo exacerbado dentro do arraial evangélico. Crentes que estão sempre a procura da ultima novidade, pulando de uma experiência para outra. Buscando preencher o vazio de um coração sedento”(3)
 infelizmente o Pr Hernandes tem razão, não confiar na suficiência das escrituras e não aplicar a elas a autoridade final, abre as portas para terríveis enganos espirituais, e parte de toda essa confusão que vimos hoje é devido ao fato da bíblia não ser a  autoridade final, mas somente um livro religioso influente.




 CLAVIO JUVENAL JACINTO





(2)    Fé com Razão, porque o Cristianismo é verdadeiro? Joseph- R. Farinaccio-Editora Monergismo- Pág 71
      (3) Prosperando no Deserto-Hernandes Dias Lopes-Editora Candeia- pág 76








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