sábado, 5 de maio de 2012

O ENGANO DO EVANGELHO DA AUTO-ESTIMA






 Hoje em dia é muito raro você encontrar uma pessoa que acredite ser humilde, no sentido mais pleno da palavra. Ninguém quer ser o ultimo, o esquecido, o anônimo. Nossa cultura é a cultura do humanismo secular. O homem centralizou a si mesmo como a coisa mais importante do universo. Se auto-divinizou e a psicologia, o humanismo, e outras vertentes filosóficas vem contribuindo para a pavimentação dessa divinização do homem.
 A respeito disso, hoje vimos como o êxito, sucesso e o amor a si mesmo, são pilares do existencialismo humano. E isso não somente no mundo, mas também na igreja. A psicologia e o movimento de auto-estima, conseguiu entrar sorrateiramente no cristianismo, provocando ruptura e desvios, causando danos sérios.
 A respeito da teoria da psicologia de amar a si mesmo, afirmam Ankerberg e Weldon: “O conceito psicológico do amar a si mesmo que conduz a auto-estima, e o conceito bíblico da auto-negação que conduz ao auto-esquecimento são diametralmente opostos entre si. A psicologia moderna afirma que precisamos amar a nós mesmos, e nos temos em alta conta para nosso interesse pessoal, se quisermos estar psicologicamente ajustados e sermos bem sucedidos na vida. A bíblia diz que precisamos colocar Deus e próximo antes de nós mesmos e que é isso que nos tornará felizes e ajustados” (1)
 A bíblia a firma: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” (1Pe 2:21) seguir o exemplo de Cristo? então leia Filipenses 2:5 a 11, e veja que exemplo!  Nada poderia ser mais claro do que a conduta do grande Salvador. Ele não teve a sua vida como preciosa, mas valorizou a vida de um bandido lá na cruz. Ele não tinha a sua vida como preciosa, mas valorizou as prostitutas, os leprosos, os cegos e toda a classe desvalorizada e esquecida da sociedade judaica da sua época. A suma da vida de Cristo era Amor a Deus e amor ao próximo, e essa é a base da redenção, e a redenção é a coluna vertebral da mensagem cristã. Para amar-se a si mesmo, precisamos antes despedir a humildade. Abandonar o verdadeiro amor, já que Paulo escreve um capitulo especial sobre as virtudes do amor em I Corintios 13, e afirma que amor não procura interesses próprios.
  Quando se o eu ocupa o centro da pessoa, quando amamos anos mesmos numa medida superior a Deus e ao próximo, torna-se impossível a partica do cristianismo, porque está escrito: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1Jo 3:16)
 Me parece que a mensagem mais parecida com a psicologia moderna saiu da boca de satanás, é uma filosofia de vida que parece acompanhar o instinti natural e caído do homem pecador: “Então Satanás respondeu ao Senhor, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” (Jo 2:4) aqui está a declaração enfática que estabelece os princípios da auto-estima. “eu sou mais importante, devo amar a mim mesmo, e fazer de tudo para a todo o custo salvar a minha vida, mesmo ao custo de perdas incalculáveis de outras vidas” você pode perceber o quanto isso está longe da mensagem de redenção proposta pelo cristianismo? Por isso mesmo o Dr William Macdonald afirmou: “toda e qualquer forma de estima de si mesmo que não está baseada no perdão dos pecados e na posição do homem em cristo está completamente errada”.
  Já que a essencia do cristianismo é a Graça de Deus, o Perdão de Deus, o amor de Deus e a misericórdia de Deus, todo o valor do homem não está em si mesmo, mas no seu criador que o amou, é Deus quem estabelece nosso valor Nele mesmo, não é correto pensar e acreditar que o valor está em nós mesmos, pelas nossas virtudes e qualidades. Quanto a isso a bíblia até mesmo diz: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Rm 3:12)
 Essa egolatria que estão promovendo pelo conceito de auto-estima, remove a importância daquilo que Deus fez por nós, para nos fazer acreditar que  somos bons o suficiente, e que devemos nos colocar a frente como o alguém mais importante, o homem passa a ser o centro, Deus e o próximo passam a ser secundários nessa visão promovida pela auto-estima.
 Martin e Deide Bobgan denunciam as raízes da teoria da auto-estima nas seguintes palavras “As fórmulas religiosas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão.’” (2)
 Assim entendemos como a auto-estima estimula as pessoas a olharem para si mesmas, a valorizarem-se a si mesmas, e a exaltarem-se a si mesmas. Toda essa ênfase no próprio ego, e a crença de que isso faz com que a pessoa se sinta bem e alcance alvos e níveis de superação, é apenas um engano. É verdade que o ser humano tem valor, somos vozes a favor da não violência, do amor ao próximo, contra o aborto, mas esse valor parte de uma visão oposta aos que promovem a auto-estima. A bíblia por exemplo, ensina que devemos considerar os outros superiores a nós mesmos (filipenses 2:3)  ensina que devemos nos lamentar e nos humilhar por causa de nossos pecados (Tiago 4:9 e 10) a bíblia ensina que devemos confiar no Senhor e não em nós mesmos (Tiago 4:13 a 16) nossa posição de humilhação perante o Senhor nos capacita a vivenciar uma espiritualidade mais profunda(Salmos 119:71).
 Somos valorizados por Deus e é isso que conta como verdade e realidade. Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito(João 3:16) e não fomos comprados com ouro ou prata, mas com o precioso sangue de Jesus, e é dessa perspectiva que devemos ver as coisas. O valor do ser humano está em Cristo, e por meio dele. Sem ele, o mais sublime dos homens, nada será.  Cito novamente as palavras de Weldon e Ankerberg novamente: “A psicologia moderna é claramente anticristã. Ela rejeita a Deus, ignora o pecado, deifica o homem, e freqüentemente pune o cristianismo, cristo e a bíblia como irrelevantes ou perigosos. A maioria dos mais respeitados e influentes pioneiros da psicologia norte-americana descobriu ser essa a forma ideal de desacreditar ‘cientificamente’ sua herança cristã”(3)
  Nos entendemos que o valor do homem não está em seu potencial ou em sua estrutura, essa é uma visão que evolucionista. Nossa perspectiva é ver o homem dentro de uma visão da eternidade, e que valores espirituais são aplicados nessa visão. O homem por si só não é nada. Jesus mesmo afirmou: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15:5)
 Quando colocamos o valor em Deus e não em nós mesmos, então partimos do principio de que dependemos dEle, mas quando colocamos a auto-estima como o centro, então nos tornamos independentes de Deus, deificamos a nós mesmos, e começamos a trilhar um caminho de falsa confiança e de auto-suficiência. É o caminho do egoísmo e da egolatria.
 Portanto ainda está atualizada a máxima bíblica que diz “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso.” (Rm 3:4)
 A auto-estima e conseqüentemente a egolatria é um sinal claro dos últimos dias como profetizou Paulo: “Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos” (2Tm 3:2)


Clavio J. Jacinto


(1) Os Fatos Sobre Auto-estima, Psicologia e o Movimento de Recuperação. John Ankerberg e John Weldon. Chamada da Meia Noite
(3) Os fatos....Pag 20 e 21

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