quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Engano do evangelho SEJA SALVO SEM PRECISAR SER SANTO







O engano do evangelho “Seja salvo sem precisar ser santo”

 Segundo as palavras de renomados teólogos:  “A santidade é o reajuste da nossa natureza total, em que ficam subjugados os apetites e propensões inferiores e são restaurados a sua supremacia as faculdades intelectuais e morais superiores; e Cristo reina na alma completamente renovada, encontra-se aqui a verdadeira integração da personalidade” (1)
 Sem duvida essa é uma definição equilibrada sobre a santidade, por sua vez o Ver Bill Burkett faz uma declaração preocupante relacionada a um novo conceito de vida cristã adotado nesses últimos dias por cristãos que querem experimentar das coisas santas sem abrir mão de ser mundano; falando sobre o movimento carismático moderno: “até hoje os carismáticos permanecem fechados a muitas áreas da verdade bíblica e da doutrina. Pode-se provar isso facilmente mencionando somente a santificação definitiva eles não suportam ouvir o que a bíblia ensina sobre mundanismo e separação do mundo” (2)
 Ser santo é ser separado e ser consagrado, geralmente se dá uma ênfase a separação e pouca ênfase a consagração, ser separado não é suficiente, a santidade em termos bíblicos também abrange um sentido sacro. Isso é importante, essencial para compreendermos a doutrina da santidade de uma forma justa e equilibrada. Sabemos que Deus é santo, e a sua santidade não é apenas porque ele é separada da sua criação, mas porque Ele é supremamente sagrado.
 Partindo dessa visão, então podemos entender que ser santo no sentido pratico da vida cristã, é ser separado, e também ser sagrado.
 Falando sobre a importância da santidade, Brian Schwertley, escreveu:
“A exigência da santidade e da obediência à palavra de Deus não é algo somente para a nação de Israel ou somente para uma dispensação constituída. É também o dever de todo e qualquer crente situado dentro de um novo pacto. Um dos propósitos principais do ministério de Cristo através de Paulo foi “fazer obedientes os gentios” (Rm 15:18). Paulo recebeu seu apostolado “por obediência a tudo” (2 Co 2:9). Em sua primeira carta a Corinto, Paulo lembrou os irmãos da importância e da necessidade de guardar a lei moral. “A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus” (1 Co 7:19). Piedade pessoal era de alta prioridade no entender de Paulo”(3)
 Eu concordo com Tozer quando ele afirmou; “ A fraqueza de tantos cristãos modernos é que eles se sentem a vontade no mundo. Em seu esforço de conseguir um ajusta agradável a sociedade não regenerada, eles perderam seu caráter de peregrinos e se tornaram uma parte da própria ordem moral contra a qual foram enviados para protestar” (4)
 agora vejamos o que as escrituras dizem sobre o assunto: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14) a marca de um autentico cristão é sua separação e sua vida altamente sagrada, por sua conduta que apresenta os aspectos de uma vida elevada, bem superior aos padrões decadentes desse mundo corrompido, e isso se aplica em TODAS AS DIREÇÕES DA VIDA, pois Pedro admoesta: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; (1Pe 1:15) há aqui um texto inclusivo, que direciona tudo na nossa vida para um estilo de santidade elevada segundo os padrões das escrituras e não conforme os rudimentos do mundo caído. Hoje vimos uma igreja que é essencialmente mundana, apelando para uma falsa liberdade, e inventando sofismas para justificar essa conduta, como a teoria de que “Deus só quer o coração” agora veja bem, John Blanchard afirma: “Um cristão que não é santo, é uma contradição de tudo o que a bíblia ensina”
 A bíblia é muito clara em afirmar que Deus deseja a nossa santificação: “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1Ts 4:7)
 T A McHahon em um artigo descreve a situação de muitas igrejas modernas: “Grande parte da igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um cruzeiro cheio de atrações” então ele conclui que isso acabará como um “Titanic espiritual” (5)
 A bíblia aponta para a santidade Como um sinal de um cristianismo sadio, concordo plenamente com essas palavras:  “Justificação sem santificação não é salvação! Isto não é uma tentativa de excluir alguém do Reino de Deus, nem de apontar para alguém e tentar dizer se tem ou não tem salvação. Este não é o espírito das Escrituras. O que devemos ver é aquilo que Deus nos deu na salvação. Biblicamente, salvação não é apenas ter os pecados perdoados, ser liberto da culpa; precisamos ser libertos do poder do pecado, da lei do pecado.” (6)
 Há uma parcimônia no meio evangélico quando é afirmado que o crente recebe sua santidade completa como herança imediata a sua conversão. Isso é uma parte da verdade, mas quando se exclui a outra, tudo se torna nulo, porque meias verdades podem produzir mentiras inteiras. Há bons livros que tratam sobre esse assunto, e Santidade, Sem a Qual ninguém Verá o Senhor, de J. C. Ryle (publicado no Brasil pela Editora Fiel) e Cristianismo Básico fr John Stott (publicado pela Edições Vida Nova) tratam desse assunto. Servir a Cristo tem um custo, e esse custo é alto, quando comparado com os padrões de valores desse mundo corrupto, iníquo e caído.
 Stott disse: “Jesus nunca escondeu o fato de que em sua religião havia uma exigência assim como uma oferta. Na realidade a exigência era tão completa quanto a oferta era livre. Se ele estava oferecendo sua salvação a humanidade, Ele solicitava pois, a submissão deles. Jesus não encorajou de maneira alguma que as pessoas se candidatassem inpensadamente para o discipulado. Ele tão pouco fez pressão alguma a qualquer pretendenete. Mandou embora todos os entusiastas irresponsáveis, e estes se afastaram completamante vazios” (7)
 Stott fala aqui sobre as exigências básicas que envolvem o ser um verdadeiro cristão. A santidade a renuncia de si mesmo, a separação do mundo, a mortificação da carne, são todas doutrinas funcionais interlacadas uma com as outras. Samuel Chadwick fala: “Santidade é uma atitude dededicação e uma experiência de graça, na qual o coração é purificado do pecado e aperfeiçoado no amor” (8) ela tem um inicio e depois um progresso, geralmente muitos lêem Efesios 2;8 e 9 para justiifcarem a salavação pela graça, e eu também concordo plenamente com essa doutrina, sem contudo omitir o versículo seguinte Efesios 2;10 Que é o contexto imediato!
 Agora pensar que não precisamos de santidade, que não há necessidade de santificação, que isso soa a legalismo, é sofisma. Wiliam Macdonald narra uma historia irônica que soa muito com a filosofia da salvação sem santidade pratica: Um criminoso declarou ter-se convertido numa grande campanha evangelistica. A noticia  espalhou-se imediatamente, mas ele continuou com as suas atividades criminosas, contando com o sub-mundo do crime. Quando alguém o confrontou com essa caricatura do cristianismo, ele disse: ‘ nunca me foi dito que por dizer sim a Jesus, eu tinha de voltar as costas a minha vida anterior. Não entendo, há jogadores de futebol cristãos, há cawboys cristãos, há políticos cristãos, porque não pode haver um criminoso cristão?’ desde ali ele abandonou o cristianismo.” (9)
 As escrituras admoestam a cada cristão: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12) essa operação é um processo. Em outra passagem clássica sobre a maravilhosa graça de Deus, nos é dito em seu contexto imediato que: “Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2:12)
 “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12:2)
 A bíblia é muito clara sobre essa questão. Cristãos de outras gerações não tinham duvida disso, mas hoje se prega sobre tudo o que o ego humano gosta e se evita tudo o que diz respeito ao sacrifício pessoal. Esse evangelho diluído, nos transmite a hipótese de que há possibilidade de conversão sem transformação, e de ser salvo sem precisar ser santo na pratica e na conduta moral e social.
 Isso não existe nas escrituras, só nos púlpitos das igrejas modernas.

CLAVIO JUVENAL JACINTO


(1)   Introdução a Teologia Cristã-Wiley-Culbertson-Casa Nazarena de Publicações pág 369
(2)   Pentecotais ou Carismaticos-Bill Burkett-CPAD Pág 21
(4)   O Melhor de A. W. Tozer-Editora Mundo Cristão-pag 175
(7)    Cristianismo Básico- John Stott- Edições Vida Nova-Pág  128
(8)   O Caminho para o Pentecostes-Samuel Chadwick- CNP-Pag 79 e 80
(9)    O Mandamento Esquecido; Sejam Santos-William Macdonald –Actual Edições-Pág 15

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