O engano do evangelho
“Seja salvo sem precisar ser santo”
Segundo as palavras de renomados teólogos: “A santidade é o reajuste da nossa natureza
total, em que ficam subjugados os apetites e propensões inferiores e são
restaurados a sua supremacia as faculdades intelectuais e morais superiores; e
Cristo reina na alma completamente renovada, encontra-se aqui a verdadeira
integração da personalidade” (1)
Sem duvida essa é uma definição equilibrada
sobre a santidade, por sua vez o Ver Bill Burkett faz uma declaração
preocupante relacionada a um novo conceito de vida cristã adotado nesses
últimos dias por cristãos que querem experimentar das coisas santas sem abrir
mão de ser mundano; falando sobre o movimento carismático moderno: “até hoje os
carismáticos permanecem fechados a muitas áreas da verdade bíblica e da
doutrina. Pode-se provar isso facilmente mencionando somente a santificação
definitiva eles não suportam ouvir o que a bíblia ensina sobre mundanismo e
separação do mundo” (2)
Ser santo é ser separado e ser consagrado,
geralmente se dá uma ênfase a separação e pouca ênfase a consagração, ser
separado não é suficiente, a santidade em termos bíblicos também abrange um
sentido sacro. Isso é importante, essencial para compreendermos a doutrina da
santidade de uma forma justa e equilibrada. Sabemos que Deus é santo, e a sua
santidade não é apenas porque ele é separada da sua criação, mas porque Ele é
supremamente sagrado.
Partindo dessa visão, então podemos entender
que ser santo no sentido pratico da vida cristã, é ser separado, e também ser
sagrado.
Falando sobre a importância da santidade,
Brian Schwertley, escreveu:
“A
exigência da santidade e da obediência à palavra de Deus não é algo somente
para a nação de Israel ou somente para uma dispensação constituída. É também o
dever de todo e qualquer crente situado dentro de um novo pacto. Um dos
propósitos principais do ministério de Cristo através de Paulo foi “fazer
obedientes os gentios” (Rm 15:18). Paulo recebeu seu apostolado “por obediência
a tudo” (2 Co 2:9). Em sua primeira carta a Corinto, Paulo lembrou os irmãos da
importância e da necessidade de guardar a lei moral. “A circuncisão é nada e a
incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus” (1 Co
7:19). Piedade pessoal era de alta prioridade no entender de Paulo”(3)
Eu concordo com Tozer quando ele afirmou; “ A
fraqueza de tantos cristãos modernos é que eles se sentem a vontade no mundo.
Em seu esforço de conseguir um ajusta agradável a sociedade não regenerada,
eles perderam seu caráter de peregrinos e se tornaram uma parte da própria
ordem moral contra a qual foram enviados para protestar” (4)
agora vejamos o que as escrituras dizem sobre
o assunto: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb 12:14) a marca de um autentico cristão é sua separação e sua vida
altamente sagrada, por sua conduta que apresenta os aspectos de uma vida
elevada, bem superior aos padrões decadentes desse mundo corrompido, e isso se
aplica em TODAS AS DIREÇÕES DA VIDA, pois Pedro admoesta: “Mas, como é santo
aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de
viver; (1Pe 1:15) há aqui um texto inclusivo, que direciona tudo na nossa
vida para um estilo de santidade elevada segundo os padrões das escrituras e
não conforme os rudimentos do mundo caído. Hoje vimos uma igreja que é
essencialmente mundana, apelando para uma falsa liberdade, e inventando
sofismas para justificar essa conduta, como a teoria de que “Deus só quer o
coração” agora veja bem, John Blanchard afirma: “Um cristão que não é santo, é
uma contradição de tudo o que a bíblia ensina”
A bíblia é muito clara em afirmar que Deus
deseja a nossa santificação: “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas
para a santificação.” (1Ts 4:7)
T A McHahon em um artigo descreve a situação
de muitas igrejas modernas: “Grande parte da
igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um
cruzeiro cheio de atrações” então ele conclui que isso acabará como um “Titanic
espiritual” (5)
A bíblia aponta para a
santidade Como um sinal de um cristianismo sadio, concordo plenamente com essas
palavras: “Justificação sem
santificação não é salvação! Isto
não é uma tentativa de excluir alguém do Reino de Deus, nem de apontar para
alguém e tentar dizer se tem ou não tem salvação. Este não é o espírito das
Escrituras. O que devemos ver é aquilo que Deus nos deu na salvação.
Biblicamente, salvação não é apenas ter os pecados perdoados, ser liberto da
culpa; precisamos ser libertos do poder do pecado, da lei do pecado.” (6)
Há uma parcimônia no
meio evangélico quando é afirmado que o crente recebe sua santidade completa
como herança imediata a sua conversão. Isso é uma parte da verdade, mas quando
se exclui a outra, tudo se torna nulo, porque meias verdades podem produzir
mentiras inteiras. Há bons livros que tratam sobre esse assunto, e Santidade,
Sem a Qual ninguém Verá o Senhor, de J. C. Ryle (publicado no Brasil pela
Editora Fiel) e Cristianismo Básico fr John Stott (publicado pela Edições Vida
Nova) tratam desse assunto. Servir a Cristo tem um custo, e esse custo é alto,
quando comparado com os padrões de valores desse mundo corrupto, iníquo e
caído.
Stott disse: “Jesus
nunca escondeu o fato de que em sua religião havia uma exigência assim como uma
oferta. Na realidade a exigência era tão completa quanto a oferta era livre. Se
ele estava oferecendo sua salvação a humanidade, Ele solicitava pois, a
submissão deles. Jesus não encorajou de maneira alguma que as pessoas se
candidatassem inpensadamente para o discipulado. Ele tão pouco fez pressão
alguma a qualquer pretendenete. Mandou embora todos os entusiastas
irresponsáveis, e estes se afastaram completamante vazios” (7)
Stott fala aqui sobre
as exigências básicas que envolvem o ser um verdadeiro cristão. A santidade a
renuncia de si mesmo, a separação do mundo, a mortificação da carne, são todas
doutrinas funcionais interlacadas uma com as outras. Samuel Chadwick fala:
“Santidade é uma atitude dededicação e uma experiência de graça, na qual o
coração é purificado do pecado e aperfeiçoado no amor” (8) ela tem um inicio e
depois um progresso, geralmente muitos lêem Efesios 2;8 e 9 para justiifcarem a
salavação pela graça, e eu também concordo plenamente com essa doutrina, sem
contudo omitir o versículo seguinte Efesios 2;10 Que é o contexto imediato!
Agora pensar que não
precisamos de santidade, que não há necessidade de santificação, que isso soa a
legalismo, é sofisma. Wiliam Macdonald narra uma historia irônica que soa muito
com a filosofia da salvação sem santidade pratica: Um criminoso declarou ter-se
convertido numa grande campanha evangelistica. A noticia espalhou-se imediatamente, mas ele continuou com as suas atividades criminosas,
contando com o sub-mundo do crime. Quando alguém o confrontou com essa
caricatura do cristianismo, ele disse: ‘ nunca me foi dito que por dizer sim a
Jesus, eu tinha de voltar as costas a minha vida anterior. Não entendo, há
jogadores de futebol cristãos, há cawboys cristãos, há políticos cristãos,
porque não pode haver um criminoso cristão?’ desde ali ele abandonou o
cristianismo.” (9)
As escrituras admoestam a cada cristão: “De
sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha
presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa
salvação com temor e tremor” (Fp 2:12) essa operação é um processo. Em outra
passagem clássica sobre a maravilhosa graça de Deus, nos é dito em seu contexto
imediato que: “Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências
mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2:12)
“E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12:2)
A bíblia é muito clara sobre essa questão.
Cristãos de outras gerações não tinham duvida disso, mas hoje se prega sobre
tudo o que o ego humano gosta e se evita tudo o que diz respeito ao sacrifício
pessoal. Esse evangelho diluído, nos transmite a hipótese de que há
possibilidade de conversão sem transformação, e de ser salvo sem precisar ser
santo na pratica e na conduta moral e social.
Isso não existe nas escrituras, só nos
púlpitos das igrejas modernas.
CLAVIO JUVENAL JACINTO
(1)
Introdução a Teologia Cristã-Wiley-Culbertson-Casa
Nazarena de Publicações pág 369
(2)
Pentecotais ou Carismaticos-Bill Burkett-CPAD Pág 21
(4)
O Melhor de A. W. Tozer-Editora Mundo Cristão-pag 175
(7)
Cristianismo
Básico- John Stott- Edições Vida Nova-Pág
128
(8)
O Caminho para o Pentecostes-Samuel Chadwick- CNP-Pag
79 e 80
(9)
O Mandamento
Esquecido; Sejam Santos-William Macdonald –Actual Edições-Pág 15
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