A igreja cristã tem sido invadida por diversos
modismo estranhos a palavra de Deus, o que tem provocado discussões, divisões e
muitas polemicas. Uma dessas inovações é o “cair no espírito” dias atrás ainda
presenciei um pregador, chamando os cristãos para frente, diante do púlpito, e
o mesmo soprava sobre elas e como conseqüência, caíam.
Esse modismo tem invadido muitas igrejas, e
até então muitos criticam tal pratica e outros as defendem. Afinal de contas do
que se trata esse modismo “cair no espírito”.
Em primeiro lugar não encontramos tal pratica
nas escrituras, todas as passagens que os defensores do “cair no espírito”
apresentam para provar tal pratica, não prova nada, casos como Daniel e João
(Daniel 10:8 e 9 e Apocalipse 1:10 a 18) são experiências pessoais, e não tem
conexão com as experiências vividas e defendidas pelos defensores desse
modismo. Paulo Romeiro expõe em seu Livro “Evangélicos em Crise” sobre essa
polemica, e aborda que muitas delas são estratégicas, impostas, como por
exemplo, o pregador do modismo colocar a mão na testa da pessoa e empurrar e
ela cair. É lógico que as experiências de Daniel e João não tem qualquer
conexão com tais atos, nem mesmo “sopros” foram vistos, e dentro do contexto,
vimos Daniel caindo, como uma ação direta da glória de Deus e devido a outras circunstâncias
como por exemplo a fraqueza de sua consagração, e no caso de João ele também
caiu devido a glória de Cristo, que estava sendo revelada na ilha de Patmos,
algo parecido ocorreu com Paulo no caminho para Damasco. Mas no momento em que
ele teve a experiência, logo em seguida Jesus o levantou, pois o propósito de
Cristo não era derrubar João, ele caiu porque suas carnes não agüentaram tamanho
esplendor.
Certa vez eu vi um missionário derrubar
praticamente quase toda a igreja, era um cai cai desconexo, sem qualquer
resultado aparente, não havia qualquer objetivo no cai cai, ele simplesmente
derrubava os crentes e eles ficavam caídos durante algum tempo e depois se
levantavam, não acontecia nada mais. Experiências dessa natureza, não tem
qualquer respaldo bíblico, primeiro porque tanto João como Daniel não receberam
uma queda por ação do Espírito Santo, quando os dois caíram, o que ambos experimentaram,
está completamente fora do âmbito de uma suposta ação do Espírito Santo. As
ocorrências que vimos em igrejas onde alguns, um grupo numeroso ou toda a
igreja cai, é uma experiência sem conexão com as experiências descritas em Atos
dos Apóstolos.
Até mesmo pesquisadores sérios, que defendem a
possibilidade de um agir de Deus, reconhecem esse fato: “Mas há também dúvida
de que não há precedente bíblico para este fenómeno como um sinal de mover de
Deus ou bênção na vida de um crente.” (1) Ciro Zibordi também argumenta: “
Jesus jamais derrubou alguém mediante sopros, golpes de capa ou imposição de
mãos. Em seu ministério terreno,ele ensinava, pregava e curava os enfermos” (2)
O fenômeno do cair no espírito começo no
Canadá em 1994, segundo algumas informações, começou com Randy Clark, e esse
fenômeno está interligado com o fenômeno da unção do riso e outras coisas
estranhas.(3) mas parece que o fenômeno já era comum entre alguns pregadores do
movimento de santidade.
Então ouça o que diz um dos fundadores do
movimento sobre esse assunto, John Wimber, Pastor da igreja matriz das modernas
manifestações do “cair no espírito”: "Não
há nada nas Escrituras que suporta esses tipos de fenômenos que eu possa ver, e
eu não consigo pensar em nada durante a era da igreja que explique isso,Então,
eu não sinto nenhuma obrigação de tentar explicá-lo. É apenas fenômenos . É só
as pessoas respondendo a Deus. " (4)
Ora, a reação de cristãos conservadores, como
o saudoso Pastor David Wilkerson, mostrou completamente contrario a tais fenômenos,
pois os mesmos não possuem qualquer respaldo bíblico, Wilkerson denunciou os
excessos dessa nova onda de cristianismo apostata que une fenômenos estranhos
com extravagâncias, tais como pastores que se orgulham de gastar 15.000 dólares
com seus animais de estimação, e o incentivo deturpado a não ajudar os pobres,
mas somente os bem-aventurados (os pregadores da teologia da prosperidade
seriam esses supostos bem-aventurados) (5)
Fazendo uma exegese pobre, para tentar
justificar pelas escrituras, o “cair no Espírito” alguns argumentam que a
glória de Deus encheu o templo e impediu os sacerdotes de ministrar “E os
sacerdotes não podiam permanecer em pé para ministrar, por causa da nuvem,
porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor.” (1Rs 8:11)
Para quem faz uma leitura cuidadosa do texto,
vai descobrir que os sacerdotes não puderam entrar e ficar, e pelo contexto,
eles, e somente eles. Mesmo que a passagem apresentasse o argumento de que os
sacerdotes caíram, isso não justifica nem de longe, a pratica de pastores
saírem derrubando pessoas, porque a experiência seria só dos sacerdotes dentro
dos Santos dos Santos.
Não há
como esconder as evidencias de que existem paralelos entre esse tipo de
experiência que estamos discutindo e o que ocorre em certos círculos
espiritualistas, pelo menos o falecido Dr Larry Thomas, já citado aqui, foi
sincero e reconheceu esse fator importante (6)
Além disso, a bíblia narra alguns fatos
interessantes, os que caíram diante do Senhor, caíram para frente, com o rosto
no chão prostrados, você pode ver isso claramente em varias passagens bíblicas:
Daniel 10:9, Apocalipse 1;17, Mateus 17; 5 e 6, Gênesis 17;3 Josué 5;14, Juizes
13;20 Ezequiel 3:23 e 44:4, nessas narrações bíblicas, não há exemplos de um cair
coletivo, não houve quedas para trás, tipo efeito dominó, todas essas
narrativas mostram algo completamente diferente do que vimos hoje nas igrejas.
Relativo a dons espirituais, a Paulo esclarece
que : “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as
igrejas dos santos.” (1Co 14:33)
O fenômeno de “cair no espírito” era
desconhecido de Paulo, ele não cita em suas
experiências, nem promoveu esse tipo de movimento por onde passou.
Cristo também não fez uso desse tipo de experiência.
Uma
leitura cuidadosa de I Corintios 14 nos leva a compreender que um dos
princípios de Deus com relação a manifestação
de dons, é a ordem.
Outro fator que me impressiona, é que o jargão
chamada de “unção” parece ser o termo que a maioria dos lideres que defendem o
fenômeno do “cair no espírito”, usam. É interessante que muitos ao ministrarem,
parece que possuem uma super-unção, muito maior do que a de Jesus e a dos
apóstolos, pois os mesmos não usaram dessa pratica, de derrubar pessoas pelo
poder de uma unção.
Mas hoje se fala em transmissão de unção,
transferência de unção etc etc. trata-se de linguagem estranha, para
classificar coisas estranhas. Usam-se jargões e todo uma linguagem nova, parece
que o movimento carismática é pródigo em inventar coisas, tipo “queimar
demônios” “demarcar territórios” “quebrar maldições” “embriagados no espírito”
etc e etc.
A bíblia nos admoesta a examinar as escrituras
(João 5:39) e o exemplo como ela deve ser examinada com nobreza, pode ser vista
desde uma perspectiva da igreja bereana (Atos 17:11) por isso, devemos atentar
muito bem para as palavras de Isaias “À lei e ao testemunho! Se eles não
falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” (Is 8:20)
CLAVIO J.JACINTO
(2) Jornal
Mensageiro da Paz- Artigo escrito Por Ciro Zibordi sobre o tema
Data da publicação Fevereiro de
2012. Pág 17
(4) citado
em http://www.bible.ca
(5) citado
em http://www.bereanpublishers.com/Deception_in_the_Church/wilkerson_blasts_faith_pre.htm
http://www.biblical-pentecostals.org/slain.htm
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