quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A melancolia e o sentido da vida

Melancolia  ou alegria?


Li recentemente um livro do Bispo católico Fulton Sheen (1875-1979), em que ele dizia: “A melancolia é um fenômeno estritamente moderno, provocado pelo bater das asas do espírito contra as grades da gaiola do tempo” em seu livro “Paz de Espirito”, por sinal uma obra prima da literatura cristã, Sheen, trata em um capitulo do seu livro sobre a melancolia, ou seja a tristeza do coração diante de uma vida onde tudo perde o sentido. Eu fiquei abalado, meses atrás quando soube da triste noticia de que um antigo colega de trabalho tinha se suicidado.
A vida nos proporciona alegrias e tristezas, isso é uma realidade que é difícil de aceitar, as lições que aprendemos com a dor, elas deixam marcas profundas em nosso ser. É a morte de um ente querido, uma doença complicada, um divórcio, um acidente, uma tragédia, enfim. O homem consegue viver facilmente com a alegria, mas não com o sofrimento. Deus permite o sofrimento, porque temos que aprender as lições, ainda que seja contra a nossa própria vontade. O sofrimento nos remete para o seio da humanidade, e faz com que cada um de nós seja mais humano do que o outro, e ninguém é melhor do que ninguém. Deus permite a dor, porque ela nos conduz por caminhos mais profundos, na jornada da nossa existência, enfrentamos a dura lição, mas saímos muitas vezes de forma completamente renovados para a vida, a dura lição do sofrimento transforma homens em poetas, gente simples em filósofos, a arte a musica e a religião revelam, que a plenitude da experiência da vida, pode vir pela dor e pelo sofrimento.  Os amargos momentos da vida, podem ser fardos dolorosos, mas podemos unir as forças, e pedir ajuda do alto, e a ajuda de amigos, podemos esperar, e deixar que as coisas aconteçam, ainda que o momento seja tão difícil de suportar, devemos sempre nos lembrar que a terra precisa ser primeiro rasgada, para depois produzir o mais doces frutos. Há uma letra de um hino evangélico que diz que os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação, na experiência da dor profunda, Teresa de Lisieux disse “O sofrimento é um remédio amargo, sim! Mas insubstituível, por causa do egoísmo humano, para recuperar a saúde e a felicidade da alma” Foi numa prisão que John Bunnyan escreveu O Peregrino, e foi numa prisão que Paulo e Silas cantaram, como descreve Atos dos Apostolos. Na dor e no sofrimento devemos aprender, porém não podemos deixar que a dor decida o destino de nossa vida, devemos aproveitar as lições, desfrutar da felicidade quando ela vem, e quando a dor vier, devemos  aprender, a dor une, nos leva a refletir.  No sofrimento, os verdadeiros amigos são revelados, e por meio dela podemos aprender a viver com mais sensibilidade. Se você passa por um momento difícil, peça ajuda, busque seus amigos e sua família, se conhece alguém sofrendo, vá ao encontro dele, é no compartilhar da dor que o amor se multiplica. Muitas dores podem ser aliviadas quando compartilhada, mesmo com um abraço ou uma palavra de consolo.  Poucos dias atrás visitei um amigo que já estava algumas noites sem dormir, por causa da aflição causada pelo sofrimento, tudo porem mudou depois da visita e de uma oração que foi compartilhada por nós. As vezes muitos podem ser aliviados de suas cargas emocionais quando encontram alguém, com quem possam desabafar ou chorar. É nossa missão, nós somos a humanidade, cada pessoa que existe nesse mundo é o nosso próximo, jamais devemos nos esquecer disso. Estender as mãos aos que sofrem, evitará muitas tragédias na nossa sociedade.  A alegria é a primavera da vida, o sofrimento é o inverno, mas nunca houve um inverno que fosse constante.  A semente da flor fica adormecida no frio, mas germina na estação certa.  Há um pensamento rabínico, bem conhecido no judaísmo, que trás uma grande verdade: “Uma montanha não pode encontrar  outra montanha, mas o homem facilmente encontra outro homem e aqui começa a solidariedade humana”  Ajude quem precisa da sua ajuda, pois é nessa direção que encontramos um sentido para a nossa vida


Clavio Juvenal Jacinto

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