quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Vida e jornada peregrina


Restos imortais


Revolvido os mistérios na poeira pungente
As glorias das três marias que caíram do céu
Esfaceladas nas entrelinhas do continente perdido
Ao som de acordeons tocados na noite estrelada

Eu vi pedaços de sinos de bronze
Restos de trigo e mosto na beira da noite
Vi os átomos dançando e pulado
Enclausurado no mosteiro do universo

Ouvi a voz de um delinqüente fugindo
As profecias de um santo que descortinava a vida
Nas colunas do palácio da consolação
Vi os fragmentos da esperança que caiu

Vi crianças correndo com medo do napalm
Uma linda donzela que juntava os mil pedaços
Um por um colando esses vitrais de virtudes
Tentando unir as consolações da solitude

Quando os restos imortais do consolo
Foram seduzidos por mãos inocentes
Eu deixei o passado e segui em frente
Porque os bens do coração foram restaurados

A lapide fria lamenta a perda
A veste descente do louvor foi vestida
E se não mais encontras consolo aqui,
Anima-te, pois estará guardada pra outra vida

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