quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Graça com obediência






Vivemos na dispensação da graça, na Nova Aliança, desde que Cristo morreu e derramou seu sangue pelos nossos pecados, foi inaugurada a era da Graça de Deus. Trata-se da maior benção que a humanidade já teve. Quando Deus amando o mundo de maneira incompreensível, deu seu filho Unigênito para morrer por nós. Mas há um sério desvio com relação a compreensão a graça de Deus. Muitos pensam que a graça é uma inversão da lei. Outros ainda acreditam que enquanto que a lei era um conjunto de regras intolerantes e pesadas ao homem, a graça é uma liberação completa, dando o homem o direito de fazer o que quiser. Esses desvios sérios, tem feito com que muitos defensores dessas idéias, acusem inclusive os conservadores de legalistas, e ao mesmo tempo pratiquem toda a sorte de coisas que não tem respaldo bíblico, ancorados na teologia de que “Deus só quer o coração” vivem de modo a descansar na premissa falsa de a graça de Deus é permissiva. Esse é um grande erro! O capitulo 8 de Hebreus é uma passagem que esclarece bem a graça de Deus, que vem por intermédio da nova aliança. Desde que todo o capitulo aborda a temática das duas alianças. Em Hebreus 8:10 o Senhor então promete que na nova aliança estabelecida desde Israel, para todas as nações, já que a igreja de fato começou com judeus da casa de Israel, as profecias se cumpriram em parte no inicio da era cristã. Então o SENHOR determina uma marca distintiva para a era da Nova Aliança ou da graça de Deus: colocaria a LEI no seus corações! Então um cristão bíblico, que vive na graça de Deus, tem de ser legalista. Porque essa palavra embora tenha um sentido corrompido, por causa da má interpretação e da aplicação da mesma em círculos teológicos, ela tem um sentido positivo na questão da graça de Deus. Isso se encaixa perfeitamente com outras passagens como Tito 2:11 e 12, onde diz que a graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens, mas o versículo que contextualiza a passagem da graça, da uma firme determinação orientada para a questão doutrinaria. “Ensinando-nos que, renunciando a impiedade e as concuspiscencias mundanas, vivamos nesse presente século sóbria,e justa e piamente”  bem, como podemos ver claramente, isso soa um tanto legalista não? Aliás o que é legalismo, na teologuês liberal da nossa presente era? É tudo aquilo que a bíblia ensina que deve ser feito, e que vai de encontro a vaidade humana, o orgulho e as concupiscências carnais. É isso! Legalismo no conceito liberal é tudo o que os liberais encontram na bíblia mas não gostam! Por isso não pregam, e quando citam os textos sobre o assunto, distorcem, descontextualizam, e adulteram o significado real, para poderem dar suporte a suas posições libertinas. Assim, já encontrei pessoas ditas cristãs, que argumentam com base na razão absurda, poluída pela apostasia desse final de tempos, que não podemos ser demasiadamente santos (Citando Eclesiastes 7:10 e contradizendo descaradamente Apocalipse 22:11) e quando argumentam isso, tiram a passagem fora do seu contexto normal, porque Salomão não está falando exatamente sobre a santidade cristã, aliás no versículo seguinte, que é o contexto imediato, ele também diz que não se deve ser demasiadamente ímpio. Se a interpretação desses liberais e cegos está correta, então o cristão pode ser um pouco ímpio. Não deve ser muito, mas pouco pode! Que absurdo! Que incoerência! Em outras palavras, se a interpretação do não seja demasiado santo está correta, então pode ser aplicado também o versículo posterior, não seja demasiado ímpio, então pode-se roubar, desde que não seja muito! Pode-se adulterar, desde que não seja muito! E assim por diante. Isso é torcer as escrituras para a própria perdição! E é o que muitos estão fazendo!
 Judas em sua epistola universal já no começo do século da era cristã denunciava alguns que introduziam doutrinas e ensinos pervertidos. Tais convertiam em dissolução a graça de Deus(Judas 1:4) acaso é diferente o que vimos hoje? Ao nos depararmos com passagens tais como Hebreus 10:29 não nos enche o coração de temor? Temos que tratar a graça de Deus, que foi inaugurada com o sangue santo do próprio filho DEUS, podemos pensar em um compromisso que libera o homem para fazer o que quer? Até mesmo a passagem clássica para proclamar a graça de Deus tem sido feita de maneira parcial! Quase sempre se vê a citação do Efesios 2:8 e 9, e no entanto não se menciona o versículo 10!  Além disso Tiago nos fala sobre a lei que está em vigor com a graça (Tiago 1:25 a 27) lendo todo o texto, vimos que alei perfeita da liberdade nos impulsiona a viver uma vida cristã pratica em obediência. Além disso, em outras partes das escrituras também encontramos textos que apóiam a graça pela obediência: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.(Gálatas 6:2) como podemos ver, existe sim uma lei na graça, e tendo a graça uma lei, os cristãos precisam ser obedientes a ela. Só não ver quem não quer! Por isso mesmo somos chamados a obediência, temos nossos princípios e nossas condutas, temos nossas normas e nossa identidade. E não importa se esse mundo caído nos chame de retogrados e atrasados, antiquados e radicais. O que importa é que não devemos ser iguais a eles. Se eles se sentem incomodados por sermos diferentes, é porque eles conseguem ver essa diferença. Quem mais do que Paulo, pode falar da graça de Deus com profundidade? Ele mesmo declara: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco.”( II Corintios 1:12) A graça não pode ser compreendia por uma mente carnal, não funciona na dimensão da sabedoria carnal, por isso Jesus mesmo convida o homem a entrar pelo caminho do cristianismo, primeiro negando a si mesmo e logo após tomando a cruz. Sem esse principio não pode haver cristianismo autentico em hipótese alguma! Não obedecer, não abandonar o mundo, não negar a si mesmo, não mortificar a carne, não viver em santidade em toda a maneira de viver é receber a graça de Deus em vão(II Corintios 6:2 ) é verdade que ninguém é salvo por obedecer a lei, é verdade que ninguém se salva por méritos próprios. Porém não é verdadeira a teoria de que a graça isento o homem de responsabilidades. Se a lei tinha como principio o fazer para viver, a graça tem como principio o viver e fazer. A santidade é o fruto da regenereção. E como estamos vivendo em um mundo essencialmente maligno, porque o diabo jaz no sistema mundano, é necessário que o cristão não se associe com a corrente decadente do sistema cultural mundano. O mundo como dizia A. W. Tozer, não é um parque de diversão, mas um campo de batalha. Vejamos uma outra razão sobre a graça com obediência, o próprio Paulo, apostolo da graça de Deus compara o cristão com um militar e um atleta. Bem, não precisamos nos aprofundar no assunto, de que um soldado e um atleta são ambos marcados por disciplina rígida. Todos sabem disso. Acho que um campo de batalha não é um lugar de diversão, e um campeonato de disputas verídicas também o seja. Ambos precisam passar por processos dolorosos, de privações e disciplina rígida. Isso é cristianismo na graça. Nossa pátria está nos céus, e aqui somos combatentes. Olhe para a historia da igreja, leia e pesquise sobre os mártires cristãos, a começar pelos apóstolos, suas lutas e o martírio. Ao fazermos uma comparação com o estilo de vida cristã que os adeptos da teologia da graça sem obediência pregam, há uma discrepância gritante. Lemos ainda toda a primeira epístola de Pedro, toda a epistola está cheia de preceitos, ensinos e admoestações, o capitulo 4 por exemplo fala sobre a abstenção do  pecado, fala sobre a prova da nossa fé, trata no capitulo 3 dos deveres conjugais, no capitulo 2 sobre liberdade e submissão, no capitulo 1 uma magnífica exortação a santidade, culmina esse capitulo  2, no versículo 15, onde admoesta o cristão a ser santo em toda a maneira de viver. Pois bem no final dessa epistola encontramos Pedro afirmando que isso é a verdadeira graça de Deus (I Pedro 5:12). Acaso alguma doutrina pode ser mais clara do que essa? Não há como negar. A graça de Deus orienta o cristão para a santidade, para a obediência, para a separação, para um estilo de vida coerente e moralmente correto. 

CLAVIO JUVENAL JACINTO

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