Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. (1Co 1:17)
Encontramos na expressão de Paulo algo de grande seriedade, seu cuidado com a forma que estava pregando para que a cruz de cristo não se tornasse vã, ele o que faz com que uma pregação desfaça a obra da cruz, e reduza a ao sentido dela se tornar vã?
Hoje há muita pregação que tem muito de sabedoria humana, e pouco de cruz, dentro do contexto da passagem, Paulo pregava não sublimidade de palavras, mas em unção no poder do Espírito Santo, cuja a mensagem é centrada na cruz e na obra realizada através dela.
E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. (1Co 2:1)
Hoje muitos são “encantados” pelas palavras doces, sublimes, de doutores e de pregadores que pregam mensagens sublimes. Há um ditado muito certo que diz que um pregador pode transmitir 3 tipos de mensagens, a que ele quer pregar, a que a igreja quer ouvir e aquela que DEUS quer falar. Ouça atentamente, somente a ultima é essencial e fundamental para a igreja, por isso segue a advertência divina:
“... e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” (Rm 16:18)
não se engane, as palavras bonitas, a linguagem refinada, a força motivadora da emoção, a perfeição da retórica não é sinal de manifestação do Espírito Santo e muito menos de aprovação divina. Há muitas pregações modernas que fazem barulho, emocionam, são refinadas e lapidadas pelo conhcimento cultural e de retprica, que tem pinceladas de teologia bíblia e no entanto são venenos, que matam, destroem e tornam a cruz de cristo vã. Parte do nosso cristianismo já omitiu completamente do púlpito a mensagem da cruz e os temas a ela associados como renuncia, mortificação da carne, separação do mundo, santidade e castidade, modéstia etc. A sabedoria do homem tem invadido os púlpitos modernos como foi predito
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; (2Tm 4:3)
Veja você mesmo, que são doutores, gente formada, de conhecimento refinado, que pelo fato de ter reputação de ter conhecimento, terão créditos junto aos ouvintes, pelo fato de serem doutores, suas palavras refinadas e aperfeiçoadas pela predica brilhante, mas no entanto. A CRUZ SE TORNOU VÃ!
Segue a advertência divina: “E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. (Cl 2:4)
Há uma diferença muito grande entre pregação centrada na cruz no poder do Espírito Santo e palavras persuasivas frutos da força da carne e da retorica refinada pelo conhecimento. E Paulo mesmo afirmou:
“A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1Co 2:4)
Escute o que vou afirmar, hoje nos púlpitos modernos há muitos enganadores que estão usando da predica persuasiva, da sofisticação da retórica, de mensagens elaboradas para satisfazer o homem carnal, a cruz foi omitida dos púlpitos, a secularização adentrou por dentro das igrejas, falar o quem convem basta. Desde que o púlpito virou palanque de êxito ministerial, aquilo que o povo quer ouvir faz da mensagem um pregador de sucesso. Se você pregar a cruz hoje, isso não o leva a popularidade, a mensagem da cruz não cativa os crentes modernos, o assunto hoje é outro, a igreja vai lotar se você pregar evangelho sem renuncia e sem transformação, o povo é atraído por mensagens que estão traindo o evangelho de cristo.
Muitas pessoas estão sendo enganadas, porque não conseguem detectar que a força da expressão de palavras de conhecimento carnal não são provenientes do Espírito Santo, que a força da expressão de uma mensagem pode ter uma fonte profana,
Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. (Ef 4:14)
Eu já ouvi e testemunhei de pessoas ficarem impressionadas com um sermão eloqüente, de português refinado e exalando técnicas de retóricas bem eficientes, somadas a um conhecimento bíblico profundo, mas tudo isso pode ser feito sem o poder do Espírito Santo. Jesus mesmo enfrentou a oposição pelo conhecimento refinado de escribas e fariseus que eram doutores da lei, tinham um conhecimento refinado, muitos tinha toda a torah decorados tinham conhecimento de retórica, mas faltou o poder do Espírito Santo. (Isaias 29;13).
Desde tempos imemoriais as forças das palavras manipulativas enganam as almas, o discurso do Diabo no Éden com certeza foi bem elaborado. O poder de persuação desviou Eva dos preceitos divinos.
Porque estou escrevendo sobre isso? Exatamente porque em nossos dias, a retórica sem a cruz é a moda. Nossos púlpitos estão sendo palco de sacricifios tipo Caim, não se conhece o sangue, o sacrifício pela imolação. A cruz trata da seriedade do pecado, convida as gentes a abandonarem seus pecados, não existe cruz artificial, ela sempre empurra o crente para experiências profundas. Como Paulo mesmo descreve:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2:20)
“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 6:14)
isso soa radical demais para o cristianismo burguês! Isso soa muito duro para o cristianismo capitalista! Esse é um discurso contrario as idéias do cristianismo maquiavélico de nossos dias.
Nós estamos cheios de pregadores de boa eloqüência, o perfil da maior parte dos pregadores evangélicos modernos, está choque com o modelo divino que Paulo apresenta aos Corintos: Eu não fui com sublimidade de palavras, mas em demostração de Espírito e Poder, isso não nos constrange?
Ocupamos o púlpito para apresentar mensagens que arrancam satisfações pessoais dos mais carnais. Os aplausos íntimos podem ser ouvidos, e nos orgulhamos com esse estilo de pregação, pois não coloca em jogo a nossa reputação. É verdade, a mensagem enlatada do conhecimento secular, bíblico e retórico condimentado com truques psicológicos sé a receita perfeita para fazer com que um pregador possa rodar o mundo com mensagens que trazem popularidade e sucesso.
Mas a cruz de cristo se torna vã. Olhe para o nosso mundo, olhe as igrejas abarrotadas de crentes que nunca nasceram de novo, nunca tiveram qualquer mudança de vida, nunca experimentaram uma transformação radical. A retórica no poder da alma caída, é capaz de produzir conversões psicológicas em série. É o que vimos hoje. E no poder carismático da alma, esse místico poder estranho que o homem tem, é capaz de provocar lavagem cerebral nos indivíduos mais frágeis. Tempos perigosos esse que vivemos!
Estou escrevendo isso com peso no coração. Em nosso mundo moderno, cheio de tecnologias e bíblias de estudos que são produzidas a todos os gostos, tudo é bem pratico, faz se encenação, usa-se um esboço já preparado, e tudo simples. Eu estou ciente do que estou falando, porque vi com meus próprios olhos pessoas se emcionarem e entrarem êxtase enquanto certo pregador pentecostal bradava emocionado que uma bola de fogo entrava e saia da igreja enquanto ele pregava. Eu olhei e não vi nada,. Só ele viu o fenomeno, ninguém mais. Mas isso era o suficiente para arrancar êxtases e muito barulho emotivo das pessoas presentes. Técnicas como essas, tão simples podem dar certo em qualquer ambiente onde pessoas estão reunidas não para adorar, mas para descarregar suas emoções. Em muitos cultos modernos se sentir bem é o centro das atividades, culto meramente humanista, onde o homem é o centro e não DEUS. E nos mais ortodoxos ambientes carismáticos, essa tendência viciosa pode ser observada, nos cânticos e nas pregações, onde a ênfase está no triunfalismo pessoal, Cristo não está no centro, a doutrina da cruz não está confirmada. O homem é o centro dessa religião.
Todos nós cristãos aceitamos o fato de que estamos vivendo os últimos dias. Jesus falou a respeito deles “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.” (Mt 24:12)
Vamos usar da lógica: os últimos dias são caracterizados por um aumento descontrolado da iniqüidade, não é isso o que estamos vendo? Onde está os homens pregadores do caráter de Paulo, com poder e unção no Espírito Santo? Estão pregando prosperidade finaceira? Estão construindo impérios a custa do evangelho? Estão pregando o que? Escute o que vos escrevo, abra os olhos, porque o que Paulo experimentou, Miquéias já tinha experimentado Ana antiga aliança: “Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, e de juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.” (Mq 3:8)
O s pecados dessa geração não estão sendo denunciados no pulpito da sua igreja? Não estão sendo denunciados os desvios doutrinários? Não estão sendo denunciado os desvios morais atarves do relativismo moral que se infiltrou sorrateiramente em muitos lugares? Agora estão pregando que não é mais pecado, o que a bem pouco tempo era pecado? Ouça bem, essa é uma inversão de princípios. Enquanto que um Homem no poder autentico do Espírito Santo é capaz de colocar em risco a sua própria vida denunciando as abominações do presente século, esses profetas modernos invertem os valores morais e pregam que não é mais pecado hoje o que era pecado a bem poucos anos atrás. O que seus pioneiros pregavam ficou como balança justa, mas eles alteraram o peso da balança, e agora dizem que não é mais pecado, assim outros pagaram pela disciplina dos erros que cometeram, e agora essa geração comete livremente sem disciplina, porque alteraram o peso da balança doutrinaria. Eu tenho uma mensagem para essa geração de pregadores que estão agindo assim:
Pesos diferentes são abomináveis ao Senhor, e balança enganosa não é boa. (Pv 20:23)
Quando a cruz perde o sentido, quando as palavras da cruz deixam de ser conteúdo doutrinario, quando o que importa é o numero, quando a quantidade importa seus créditos para um sistema capitalista imperial, então é preciso abandonar a doutrina da cruz. A cruz não dá lucro, não dá conforto, não dá prazer, não dá êxtases frenéticos, a cruz não dá vantagens pessoais, a cruz não dá fama, não dá sucesso, não dá prazer carnal, a cruz não dá entretenimento, a cruz não produz posição eclesiástica, quanto mais alto ficar o crucificado mais será seu labor e sofrimento, a cruz não produz aplausos, não transmite vantagens pessoais, não me admiro que a mensagem da cruz esteja tão fora de moda em nossos dias, pois ela gira em sentido contrario em quase que praticamente tudo o que vimos atualmente em termos de cristianismo.
Mas não se esqueça, se a cruz é vã no seu cristianismo, a sua fé perde o sentido, a sua esperança se torna frágil, onde a cruz perde sua posição, onde a sua obra deixa de produzir efeitos, o que se constitui nada mais é do que a superficialidade de uma religião sem vida, pois não pode haver verdadeira vida espiritual, se a cruz não produzir a morte carnal, a glória da ressurreição procede da morte pela cruz. Cristo deixou o exemplo para seguirmos suas pisadas.
Fora da mensagem da cruz e da obra do CRISTO que nela foi cruficicado, tudo é vão, não importa quão refinado e atraente possa parecer.
Por isso mesmo, não se engane, nem se deixe ser enganado por ninguém
A ESCOLHA AGORA É SUA
CLAVIO JUVENAL JACINTO
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