quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A QUEDA DOS PIRILAMPOS

Estava trancado em meu quarto escuro, na noite da vida, no silencio daquele deserto insólito, onde tudo parecia tão inexistente. Despertando de meu sono, por causa de umas luzes que percebi pelas frestas da parede da minha tenda de desanimos. Abri as janelas, como alguem que abre o coração, como as aguas que se abrem para ser oceano, e olhei pelo vale noturno, com tal espanto que meu coração se acelerou e minha alma se agitou de tal maravilha, que estava diante de meus olhos. Todo o campo estava iluminado, varias pequenas luzes verdes que se movimentavam, de um lado ao outro, como um céu de estrelas borbulhantes. 



Tomei meu velho casaco e desci até ao vale, ao aroma de flores, que estavam dando luz a perfumes adocicados. As folhas silvestres batiam em meu roso, pelo estreito caminho, deixando a face umedecida pelo orvalho celeste que precipitava dos portais celestes.Ali estava eu, diante daquele vale imenso, todas aquelas centenas de milhares de luzes, saltando e voando de um lado para outro, tão perto de meus olhos, tão proximo ao meu coração, que me detive por todo o tempo, permitindo que aquelas luzes transformassem a minha noite. Então corri, e no meio do vale pulei. Uma canção, cantei, e de braços abertos, em meios aos pirilampos voadores e ao orvalho que caía, ao som da orquestra das estrelas brilhantes, dançou minha alma, numa tonalidade viva de alegria.  Os pirilampos que outrora viviam voando no espaço das montanhas mais alta, desceram, em comum acordo para iluminarem o vale, pois que os cumes já eram abençoados pelo cintilar das estrelas, assim como o oceano já era, pela luz da luz. Descream os vagalumes, para iluminar as sendas dos homens. Como enviados de DEUS, para não deixar nenhuma peregrino na escuridão. O vale vazio pelo escuro, agora era uma ceú na terra, um mar de pequenas estrelinhas que pulavam, de petala em petala, de folha em folha. O vale que era cortado por veredas de dificeis acessos, das noites mais escuras, agora estava todo iluminado. Algum tempo depois, outros que jaziam em suas tendas sob a força da escuridão do mundo noturno, se despertaram e o vale da escuridão, tornou-se em um vale de multidão de iluminados. Deus trabalha do outro lado da nossa tribulação, e quando nossos olhos se abrem na aflição, encontraremos vagalumes voando no vale. As riquezas da verdadeira sabedoria renascem na dor, as crises nos despertam para a experiencia. Quando o homem descobrir o valor eterno de um sofrimento que passa, entenderá porque DEUS permitiu, sem contudo manchar a sua virtude de ser verdadeiramente bondoso.

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