“Por avareza farão de vos negocio...”
Há algo de errado com o cristianismo moderno,
ele está intimamente vinculado com capitalismo consumista e avareza. O
evangelho virou negócio, o grande comercio da fé tem sido um fator claro de que
estamos vivendo em decadência espiritual. Ouse ser sincero consigo mesmo, e
veja por si só, que Jesus Cristo e os apóstolos viveram uma vida completamente
diferente de tudo isso que vimos hoje. O tema central da mensagem cristã
moderna, é cura e dinheiro, prosperidade e vitória. Tudo centralizado no
humanismo, no egoísmo e na vaidade das
coisas passageiras. Agora entenda isso, o engano sutil faz com que o enganador
e o enganado trilhem um mesmo destino. Isso é uma tragédia, porque tem tanta
gente enganada em nossos dias, que as vezes somos acometidos de grande
indignação. Há uma infâmia sem limites no cristianismo capitalista, uma
enganação sem procedentes, uso de técnicas de lavagem cerebral e truques
psicológicos para enganar os incautos. Veja bem, o que se passa hoje na maior
parte dos testemunhos de curas em igrejas de prosperidade é algo muito similar
as experiências feitas com placebo, trata-se de curas psicossomáticas. Não são
milagres. O homem tem seus mecanismos de cura, sejam ela psicossomática ou não,
isso é uma realidade indiscutível. Agora eu pergunto: onde está o
discernimento? Qual é o critério que se usa para verificar quando um milagre é
legitimo? Mesmo que o povo esteja em plena ignorância sobre esse assunto, a
realidade não deixa de ser a verdade. Um dos principais modelos de vantagens
sobre o domínio e manipulação das multidões é: ocultar a verdade ou distorcer a
verdade. Se alguém sabe fazer isso, ele tem meios ilícitos de manipular,
enganar e distorcer os fatos. E quanto menos o povo tem conhecimento, mais
frágil e aberto para o engano estará. Certas coisas precisam ser apresentados
como fatos, mesmo não sendo de fato, um fato! Porque isso é a base da
manipulação. Veja por exemplo a teoria da evolução. Se seus seguidores usassem
o mesmo critério que usam para atacar e desmerecer seus oponentes, se esses
critérios fossem usados para si mesmos, tudo deles cairia por terra, mesmo
assim, vimos a evolução estampada nos livros de ciência, como se fosse um fato
irrefutável, quando não é. O que importa? Esse é um padrão que o mundo secular
usa para deteriorar e ocultar fatos e verdades. Isso tem sido usado também na
cristandade. Basta um pouco de carisma e o poder da sedução já pode ser usado
como um catalisador de multidões. Vivemos a época da cegueira em grandes
proporções. Usam de algumas estratégias, a base da ignorância alheia, apresentam como se fossem milagres, e usam os
supostos milagres, como base para defender a legitimidade da aprovação divina.
Quando biblicamente não é assim. As advertências bíblicas não nos levam para
essa direção, assim como também não é o carisma de uma pessoa, a prova de que
ele tem a aprovação divina. Hoje vivemos a época da confusão, onde o evangelho
foi embalado de forma light, um pacote bem bonito, desprendendo o candidato a
salvo, de qualquer responsabilidade moral. Dar o dizimo, e freqüentar a igreja,
ter uma bíblia e uma carteira de membro, é tudo que se precisa usar. Nada de
arrependimento, para que pregar arrependimento, se os pregadores modernos
tiraram toda a temática sobre o pecado de seus esboços, da agenda e do púlpito?
A ênfase demasiada sobre o materialismo está
se tornando insuportável. Estão barganhando o evangelho, fazendo do
cristianismo um meio de ganhar dinheiro, as custas alheia. Nada praticamente
está salva dessa conduta quase insana. Usam de todos os meios possíveis para
arrancar dinheiro do povo. Se canta, grava cd, se prega, grava dvd, ou se
escreve um livro. Aliás falando em livros, nada mais importa em questões
doutrinarias. O importante é o lucro. Algum tempo atrás surgiu a polemica de
certa editora ligada a uma denominação pentecostal que publicou um bíblia de
estudos com assuntos controversos. Houve brigas, discussões, ataques e
oposições, muitos se opuseram a essa publicação, porque observavam nessa
bíblia, certos desvios doutrinários, confronto a teologia pentecostal
tradicional. Mas porque ela foi publicada? É claro! O lucro!
Varias editoras estão comprometidas com o
lucro e não com a sã doutrina. A questão não é se o livro vai edificar, mas se
vai vender. A técnica de marketing não é diferente daquela usada pelas editoras
mundanas. Só para você ter uma idéia da dimensão do problema, o mercado da fé
rendeu em 2011 segundo as pesquisas, R$ 11 bilhões! É lógico que não há nada de
errado em gravar e vender um CD, um DVD ou publicar um livro. Desde que exista
prudência, coerência e consciência. As coisas de Deus devem ser pautadas nos
princípios de Deus. O lucro exagerado, a exploração da fé, o enriquecimento
ilícito, o comercio exagerado nos templos, a mercantilização do cristianismo
deve ser combatida. O que devemos entender é que não há limites. Por isso via
de regras, existem livrarias evangélicas, templo é lugar de culto e não de
comercio! E o evangelho não é o fundamento de bons negócios, mas de salvação,
restauração de vidas. Esse neopentecostalismo egoísta que vimos hoje, não
reparte nada com ninguém. Muitos constrem impérios as custas alheia, e por
causa disso a disputa por liderança promove disputas e dissensões profundas,
motivados pela avareza, pela vida boa, por status e fama. Não há nas escrituras
um só versículo que apóie esse sistema cristão. Certo tele-evangelista, em uma
entrevista, ressaltou que “pastor” deve ganhar bem! Isso não é verdade. Pastor
deve ganhar o que é justo, aliás não o pastor mas o obreiro. Já que elitizaram
o “cargo de pastor” em detrimento a uma minimização ao cargo de presbítero,
isso sem qualquer apoio bíblico, mas sustentado puramente por tradições humanas,
e que me provem pela bíblia, que um presbítero tem uma autoridade menor do que
um pastor, e eu me calarei! O pastor passa a ter a posição de méritos, em
muitas denominações, quase um ditador, em cidades grandes, ganhando em certas
denominações um salário alto, enquanto que em cidades pequenas e em igrejas
pequenas, o obreiro passa necessidades. É esse o cristianismo bíblico? Foi esse
sistema criado por Cristo e seus
apóstolos? Respondam me os leitores sinceros das paginas do Novo Testamento, se
é que tais tem a ousadia de responderem.
Os apóstolos, o prioprio Jesus Cristo e a
igreja primitiva não conheciam esssas estratégias de marketing e essa
exploração da fé, e toda essa introdução de superstições mercenárias que vimos
hoje dentro da cristandade. Os cristãos primitivos e a igreja do novo testamento,
se desenvolveu de forma completamente antagônica a tudo isso que vimos e
testemunhamos hoje. Paulo pregava e o próprio Cristo pregava e não cobraba um
único tostão. Eles não vulgarizavam a mensagem do Reino de Deus como muitos
fazem hoje! Paulo e todos os apóstolos, pelo testemunho das escrituras sofriam
perdas, e não havia nesses um espírito competitivo, nem mesmo uma inclinação
capitalista. Nas poucas vezes em que Paulo fala sobre ofertas, ele descreve sua
intenção de ajudar uma igreja mais pobre, a igreja de Jerusalém, como vimos em
I Corintios 16. hoje o sistema de muitos é uma coleta que se centralize em uma
sede, e como já muitas vezes testemunhei, ainda recente, certa irmã apareceu lá
em casa, vendendo amendoim torrado, para arrecadar fundos monetários para certa
instituição de oração. Todo o dizimo arrecadado da congregação dela vai para a
matriz, e nada retorna, todo esse disparate não tem fundamento no novo
testamento. Já está na hora dessa gente se despertar, pois que essas empresas
religiosas estão distantes da igreja do novo testamento, seus lideres não tem
qualquer compromisso com as escrituras, e nem mesmo estão interessados em que
se saiba sobre as escrituras. A ignorância do povo em geral é uma vantagem que
muitos lideres tem e aplicam sutilmente para dar continuidade a um sistema que
não tem qualquer respaldo bíblico.
A
mensagem que Cristo apresentava em seu ministério não envolvia a venda de
objetos supersticiosos, não envolvia o lucro ganancioso, essa uma mensagem
gratuita. Ele ia ao encontro dos pobres e desprezados pela sociedade, não
cobrava por suas orações, seus milagres eram gratuitos, não usava de artimanhas
e estratégias para arrancar dinheiro do povo, em suas pregações, nem sequer
tinham ofertas, não havia manipulação psicológica e muito menos pressão
psicológica para se doar dinheiro. Ele não barganhava sua mensagem, não vendia
utensílios, nem fetiches, não se apropriava dos bens alheios, sua firme
convicção era dar, não receber. Não cobrava nem um centavo por suas mensagens,
seus milagres, mesmo os mais radicais milagres, era gratuitos, ele viveu de
fato que pregou, pois ele mesmo ensinou que de graça recebemos e de graça
devemos dar. Todo o seu ministério estava envolto na transparência da sua vida
material, era completamente desprendido das coisas temporais. Se havia alguém
que podia construir um império financeiro pelas vias do cristianismo, seria
Ele, mas ele jamais fez isso, viveu como um homem simples, vivia uma vida
simples, se envolveu com gente simples, e morreu como um homens simples da
Galiléia, mas deixou um legado espiritual gigantesco, e seu exemplo, é uma
contradição com o que vimos hoje, quando comparamos a sua vida a sua fé e o seu
ministério e ensinamentos com a dos tele-evangelistas modernos, e com o sistema
da cristandade atual. Abramos nosso olhos, pois a realidade está a nossa
frente, e muitos não querem ver, pois isso compromete completamente o estilo de
vida que estão vivendo.
Clavio Juvenal Jacinto
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