quinta-feira, 7 de março de 2013

OS MERCENARIOS DA FÉ




“Por avareza farão de vos negocio...”

 Há algo de errado com o cristianismo moderno, ele está intimamente vinculado com capitalismo consumista e avareza. O evangelho virou negócio, o grande comercio da fé tem sido um fator claro de que estamos vivendo em decadência espiritual. Ouse ser sincero consigo mesmo, e veja por si só, que Jesus Cristo e os apóstolos viveram uma vida completamente diferente de tudo isso que vimos hoje. O tema central da mensagem cristã moderna, é cura e dinheiro, prosperidade e vitória. Tudo centralizado no humanismo, no egoísmo e  na vaidade das coisas passageiras. Agora entenda isso, o engano sutil faz com que o enganador e o enganado trilhem um mesmo destino. Isso é uma tragédia, porque tem tanta gente enganada em nossos dias, que as vezes somos acometidos de grande indignação. Há uma infâmia sem limites no cristianismo capitalista, uma enganação sem procedentes, uso de técnicas de lavagem cerebral e truques psicológicos para enganar os incautos. Veja bem, o que se passa hoje na maior parte dos testemunhos de curas em igrejas de prosperidade é algo muito similar as experiências feitas com placebo, trata-se de curas psicossomáticas. Não são milagres. O homem tem seus mecanismos de cura, sejam ela psicossomática ou não, isso é uma realidade indiscutível. Agora eu pergunto: onde está o discernimento? Qual é o critério que se usa para verificar quando um milagre é legitimo? Mesmo que o povo esteja em plena ignorância sobre esse assunto, a realidade não deixa de ser a verdade. Um dos principais modelos de vantagens sobre o domínio e manipulação das multidões é: ocultar a verdade ou distorcer a verdade. Se alguém sabe fazer isso, ele tem meios ilícitos de manipular, enganar e distorcer os fatos. E quanto menos o povo tem conhecimento, mais frágil e aberto para o engano estará. Certas coisas precisam ser apresentados como fatos, mesmo não sendo de fato, um fato! Porque isso é a base da manipulação. Veja por exemplo a teoria da evolução. Se seus seguidores usassem o mesmo critério que usam para atacar e desmerecer seus oponentes, se esses critérios fossem usados para si mesmos, tudo deles cairia por terra, mesmo assim, vimos a evolução estampada nos livros de ciência, como se fosse um fato irrefutável, quando não é. O que importa? Esse é um padrão que o mundo secular usa para deteriorar e ocultar fatos e verdades. Isso tem sido usado também na cristandade. Basta um pouco de carisma e o poder da sedução já pode ser usado como um catalisador de multidões. Vivemos a época da cegueira em grandes proporções. Usam de algumas estratégias, a base da ignorância alheia,  apresentam como se fossem milagres, e usam os supostos milagres, como base para defender a legitimidade da aprovação divina. Quando biblicamente não é assim. As advertências bíblicas não nos levam para essa direção, assim como também não é o carisma de uma pessoa, a prova de que ele tem a aprovação divina. Hoje vivemos a época da confusão, onde o evangelho foi embalado de forma light, um pacote bem bonito, desprendendo o candidato a salvo, de qualquer responsabilidade moral. Dar o dizimo, e freqüentar a igreja, ter uma bíblia e uma carteira de membro, é tudo que se precisa usar. Nada de arrependimento, para que pregar arrependimento, se os pregadores modernos tiraram toda a temática sobre o pecado de seus esboços, da agenda e do púlpito?
 A ênfase demasiada sobre o materialismo está se tornando insuportável. Estão barganhando o evangelho, fazendo do cristianismo um meio de ganhar dinheiro, as custas alheia. Nada praticamente está salva dessa conduta quase insana. Usam de todos os meios possíveis para arrancar dinheiro do povo. Se canta, grava cd, se prega, grava dvd, ou se escreve um livro. Aliás falando em livros, nada mais importa em questões doutrinarias. O importante é o lucro. Algum tempo atrás surgiu a polemica de certa editora ligada a uma denominação pentecostal que publicou um bíblia de estudos com assuntos controversos. Houve brigas, discussões, ataques e oposições, muitos se opuseram a essa publicação, porque observavam nessa bíblia, certos desvios doutrinários, confronto a teologia pentecostal tradicional. Mas porque ela foi publicada? É claro! O lucro!
 Varias editoras estão comprometidas com o lucro e não com a sã doutrina. A questão não é se o livro vai edificar, mas se vai vender. A técnica de marketing não é diferente daquela usada pelas editoras mundanas. Só para você ter uma idéia da dimensão do problema, o mercado da fé rendeu em 2011 segundo as pesquisas, R$ 11 bilhões! É lógico que não há nada de errado em gravar e vender um CD, um DVD ou publicar um livro. Desde que exista prudência, coerência e consciência. As coisas de Deus devem ser pautadas nos princípios de Deus. O lucro exagerado, a exploração da fé, o enriquecimento ilícito, o comercio exagerado nos templos, a mercantilização do cristianismo deve ser combatida. O que devemos entender é que não há limites. Por isso via de regras, existem livrarias evangélicas, templo é lugar de culto e não de comercio! E o evangelho não é o fundamento de bons negócios, mas de salvação, restauração de vidas. Esse neopentecostalismo egoísta que vimos hoje, não reparte nada com ninguém. Muitos constrem impérios as custas alheia, e por causa disso a disputa por liderança promove disputas e dissensões profundas, motivados pela avareza, pela vida boa, por status e fama. Não há nas escrituras um só versículo que apóie esse sistema cristão. Certo tele-evangelista, em uma entrevista, ressaltou que “pastor” deve ganhar bem! Isso não é verdade. Pastor deve ganhar o que é justo, aliás não o pastor mas o obreiro. Já que elitizaram o “cargo de pastor” em detrimento a uma minimização ao cargo de presbítero, isso sem qualquer apoio bíblico, mas sustentado puramente por tradições humanas, e que me provem pela bíblia, que um presbítero tem uma autoridade menor do que um pastor, e eu me calarei! O pastor passa a ter a posição de méritos, em muitas denominações, quase um ditador, em cidades grandes, ganhando em certas denominações um salário alto, enquanto que em cidades pequenas e em igrejas pequenas, o obreiro passa necessidades. É esse o cristianismo bíblico? Foi esse sistema  criado por Cristo e seus apóstolos? Respondam me os leitores sinceros das paginas do Novo Testamento, se é que tais tem a ousadia de responderem.
 Os apóstolos, o prioprio Jesus Cristo e a igreja primitiva não conheciam esssas estratégias de marketing e essa exploração da fé, e toda essa introdução de superstições mercenárias que vimos hoje dentro da cristandade. Os cristãos primitivos e a igreja do novo testamento, se desenvolveu de forma completamente antagônica a tudo isso que vimos e testemunhamos hoje. Paulo pregava e o próprio Cristo pregava e não cobraba um único tostão. Eles não vulgarizavam a mensagem do Reino de Deus como muitos fazem hoje! Paulo e todos os apóstolos, pelo testemunho das escrituras sofriam perdas, e não havia nesses um espírito competitivo, nem mesmo uma inclinação capitalista. Nas poucas vezes em que Paulo fala sobre ofertas, ele descreve sua intenção de ajudar uma igreja mais pobre, a igreja de Jerusalém, como vimos em I Corintios 16. hoje o sistema de muitos é uma coleta que se centralize em uma sede, e como já muitas vezes testemunhei, ainda recente, certa irmã apareceu lá em casa, vendendo amendoim torrado, para arrecadar fundos monetários para certa instituição de oração. Todo o dizimo arrecadado da congregação dela vai para a matriz, e nada retorna, todo esse disparate não tem fundamento no novo testamento. Já está na hora dessa gente se despertar, pois que essas empresas religiosas estão distantes da igreja do novo testamento, seus lideres não tem qualquer compromisso com as escrituras, e nem mesmo estão interessados em que se saiba sobre as escrituras. A ignorância do povo em geral é uma vantagem que muitos lideres tem e aplicam sutilmente para dar continuidade a um sistema que não tem qualquer respaldo bíblico.
A mensagem que Cristo apresentava em seu ministério não envolvia a venda de objetos supersticiosos, não envolvia o lucro ganancioso, essa uma mensagem gratuita. Ele ia ao encontro dos pobres e desprezados pela sociedade, não cobrava por suas orações, seus milagres eram gratuitos, não usava de artimanhas e estratégias para arrancar dinheiro do povo, em suas pregações, nem sequer tinham ofertas, não havia manipulação psicológica e muito menos pressão psicológica para se doar dinheiro. Ele não barganhava sua mensagem, não vendia utensílios, nem fetiches, não se apropriava dos bens alheios, sua firme convicção era dar, não receber. Não cobrava nem um centavo por suas mensagens, seus milagres, mesmo os mais radicais milagres, era gratuitos, ele viveu de fato que pregou, pois ele mesmo ensinou que de graça recebemos e de graça devemos dar. Todo o seu ministério estava envolto na transparência da sua vida material, era completamente desprendido das coisas temporais. Se havia alguém que podia construir um império financeiro pelas vias do cristianismo, seria Ele, mas ele jamais fez isso, viveu como um homem simples, vivia uma vida simples, se envolveu com gente simples, e morreu como um homens simples da Galiléia, mas deixou um legado espiritual gigantesco, e seu exemplo, é uma contradição com o que vimos hoje, quando comparamos a sua vida a sua fé e o seu ministério e ensinamentos  com a dos tele-evangelistas modernos, e com o sistema da cristandade atual. Abramos nosso olhos, pois a realidade está a nossa frente, e muitos não querem ver, pois isso compromete completamente o estilo de vida que estão vivendo.

Clavio Juvenal Jacinto

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