exercita-te a ti mesmo em piedade; (1Tm 4:7)
com freqüência olhamos para nós mesmos, e almejamos por progresso espiritual, queremos ser aquele tipo de cristão que marca toda uma geração, mas parece que a vida de piedade é um caminho para poucos escolhidos de DEUS. Nossa compreensão para esse assunto é muito sutil e bem equivocada. Nosso coração apresenta o perfil de um homem piedoso como alguém que tem uma quantidade enorme de discípulos, que arranca aplausos de milhões, leva outros milhares a mergulharem nosso ego em um oceano de elogios. Pensamos que um homem piedoso precisa ser popular, bem requisistado e com requintes de erudição. Tudo isso é um equivoco. A vida piedosa é trilhada pela vereda dos simples, e tão somente pela pratica do quebrantamento e da humilhação. Se a piedade é feita através de um relacionamento concreto com DEUS, como aconteceu como em um de nossos antepassados como o caso de Enoque, ou ainda no ponto mais remoto do tempo, com Abel. Parece que a piedade é uma aproximação com DEUS em todos os sentidos, e esse estilo de vida não somente é uma afronta ao mundo religioso representado por Caim, mas também é um estilo de vida em que o mundo não é digno, nesse caso como ocorreu na vida de Enoque, que naquele tempo passado, foi recolhido aos CÉUS, em tenra idade. Vendo a vida piedosa nessa perspectiva, parece que não há, segundo a visão materialista, muitas vatagens nesse mundo para o homem piedoso.
A piedade nos leva para um estilo de vida que é muito estranho ao mundo moderno, mesmo para os mais requintados religiosos do nosso tempo. Porque a piedade exige em seu pleno exercício que exista o quebrantamento e a humilhação, como já citei, a palavra de DEUS assim exige, e isso vai contra as regras e os princípios religiosos, em que santidade tende a causar a admiração dos outros e no ponto extremo até mesmo a pratica da idolatria. Jesus dá um golpe fatal naquele sentimento de almejar status e prestigio pela imposição de uma vida religiosa elevada: “E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” (Lc 16:15).
Ao contrario do que muita gente pensa, CRISTO estabelece as normas: “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Lc 14:11)
“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl 51:17)
um quebrantamento se faz necessário, porque todo o homem que em intimidade com o DEUS santo, olha para esse mundo corrompido onde a iniqüidade tem se multiplicado, e vê todas as suas injustiças, seus pecados, suas iniqüidades e suas abominações, gemerá, chorará, clamará e agonizará, pelo fato de DEUS ser tão afrontado em nossos tempos! E quem faz isso hoje? Os poucos que confrontarem esse sistema assim, serão chamados de loucos e sem juízo. O cristianismo moderno dá vantagens contrarias a isso, então porque trilhar esse caminho de angustia e de sofrimento e isolação?
Digo isolação, porque o homem que quer ser piedoso, não somente deve se recolher muito por causa da vida de oração secreta que deve ter, mas porque ele não terá muitos amigos, não poderá compartilhar de sua visão com muita gente, poucos irão compreender a sua loucura de servir a DEUS intensamente, então ele opta pelos lugares secretos, pela solitude, pelo recolhimento, porque esse impulso lhe proporciona mais intimidade com DEUS e menos contato com um mundo pecador. Esse não é um estilo de vida monástico, os patriarcas da vida piedosa não se enclausuram em um convento, mas escolheram o deserto e muitas vezes optaram pela solidão, porque essa era uma condição imposta pela decisão de ser mais intimo do SENHOR.
A oração sela a vida do homem piedoso, ninguém que deseja exercitar na vida de piedade pode permanecer na multidão e no contato com o mundo, como bem vimos hoje. Parte da vida do homem comum sem DEUS está anestesiado pela era tecnológica onde muitas vantagens mundanas sugam o tempo e a própria vida das pessoas que são escravizadas pelo sistema secular da vida.
Orar é uma motivação relevante no exercício da piedade, e vida de santidade exige muita oração, porque a oração nos reveste de poder espiritual para confrontarmos o mundo e suas tentações, os tentatulos do inferno sempre querem atingir os homens de oração, então é preciso orar mais ainda para vencer com força espiritual os ataques sutis do inimigo.
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. (Ef 6:10)
Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos. (1Co 16:13)
Bem, alem da oração precisamos também nos exercitar na vigilância, embora essa palavra esteja em desuso nos púlpitos modernos, a admoestação repetitiva no Novo Testamento sobre a pratica da contante vigilância nos leva para um caminho de cuidado, muito cuidado. De atenção e muita atenção, de sobriedade e muita sobriedade. Isso exige muito de nós mesmos. Ser cuidadoso, vigilante, sóbrio, exige uma disciplina rigorosa, um treino constante uma vida de intensa observação. E isso é exercício, e a admoestação de Paulo “Exercita-te a ti mesmo em piedade” ganha amplo significado, quando observamos as exigências de uma vida piedosa.
Alem disso, o homem piedoso, é o homem que ama o livro dos livros. Paulo era um homem piedoso, ele era um homem de constante leitura e estudos. Ele amava a bíblia, conhecia a bíblia, estudava a bíblia, meditava na bíblia. Tinha seu trabalho secular, mas precisava de tempo para ler as escrituras e orar, e seu desejo de conhecimento e sua pratica de leitura e estudos pode ser vista nessa sublime expressão: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.” (2Tm 4:13)
Para o apostolo Paulo, os livros sagrados eram parte inseparável dele, eram tidos como algo indispensável na convivência diária. Ele não poderia ficar um dia sem a leitura, o estudo e a meditação nas escrituras. Por isso pedia para Timoteo que trouxesse seus pergaminhos e seus livros. O homem que exercita na piedade, busca a leitura de livros de homens que também foram piedosos, busca amar mais e mais as escrituras, ele não se envergonha de lê-las em qualquer oportunidade, mesmo diante de um publico secular, as oportunidades surgem e lá está o homem de DEUS lendo, estudando e meditando nas escrituras, porque elas são fonte de luz e alimento para a sua alma. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho. (Sl 119:105)
O homem piedoso ainda tem uma qualidade em particular, ele exercita a sua bondade, não junto aos nobres desse mundo, mas junto aos pobres e necessitados. Ele está lá. É seu bendito dever cantar aos moribundos, ler as escrituras aos enfermos, visitar os doentes, ajudar os carentes, orar e interceder pelos cativos. Ele vai em busca das pessoas sem direção. Ajuda quem não tem nada para retrubuir. Vai levar esperança aos desesperados e consolo aos desconsolados. Os nobres e ricos desse mundo, são alvos dos religiosos sem piedade. Para tais, a presença desses nobres trás relevância para a igreja, traz orgulho, traz status. As pessoas em geral que se dizem cristãs, oram muito para a salvação dos nobres, ricos e famosos, mas desprezam, através do esquecimento em oração, dos mendigos, das prostitutas, dos vis desse mundo. Aos olhos da cristandade mundana, pessoas pobres e vis pecadores, não podem dar nada para o sistema eclesiatico. Não somam aplausos e não eleva o status da igreja perante a sociedade. No entanto Paulo diz: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. (1Co 1:26).
A maior parte das almas benditas que foram redimidas pelo sangue precioso do cordeiro, virão das favelas, virão dos lugares mais pobres desse mundo. Vede isso, e não vos enganeis, porque assim mesmo é.
O homem piedoso confronta isso, e vai em busca daqueles que aos olhos dos perfeitos desse mundo, não apresentam vantagens e lucros. O mundo tem seus oprimidos, a periferia do sistema mundano tem as almas feridas, que sangram e gemem, e o homem piedoso está lá, buscando o resgate, buscando aqueles que perderam o sentido da vida, foram desprezadas e não valem praticamente nada para o sistema mundano e para o sistema eclesiástico vigente.
O que resta dizer mais? o exercício da piedade é um desafio para a mente inquiridora moderna, porque desafia os princípios estabelecidos pelo mundo. E pelo sistema eclesiástico profano.
Todos os que querem viver em piedade, diz Paulo padecerão perseguição, falhará a palavra de DEUS? Creio que a falsa piedade não produz perseguição, mas a verdadeira sim!
“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2Tm 3:12).
A piedade em exercício leva nosso conforto, nossas vantagens pessoais e nossos desejos egoístas para um altar de imolação. Ali tudo o que produz orgulho e pecado é reduzido a cinzas. A santidade tem um alto custo, e nós temos uma única opção a partir de agora: exercitar-se na piedade e viver com DEUS, compartilhar de uma doce comunhão com ELE e ter seus segredos revelados ao nosso coração, e ao modo de Enoque apenas inverter a situação até que ELE mesmo sendo SENHOR de nossa vida, nos tome para si mesmo, enquanto isso, andamos com ELE aqui na terra, porque assim como Enoque foi tomado por DEUS, nós tomamos a decisão de ter DEUS, o SENHOR ao nosso lado, diariamente, até que ELE venha....