terça-feira, 2 de julho de 2013

MAR DE AMONIA




No principio o mar se fez sopa
amonia e razao humana
mistura de ideias, mitos
contradiçoes e confitos

A luz raiou,
da sopa brotou
um ser ninguem
que aos poucos se fez alguem

na praia se arrastando
a areia lambendo
triste ser rastejante 
tao feio
repugnante!

Chegou na firme terra
meio achado e meio perdido
sem olhos, sem destino
iludido
queria achar um destino

Achou pernas e consciencia
haja paciencia
ate racional se tornar
a terra vira mar
credo!

Cansado de se transformar
se informou
da sopa sai, nada sou
pra la vou voltar
melhor nadar do que pensar

Cruz credo! pra la voltou e nunca retornou
mas na areia ficou marcado
que por ali tinha passado
e quando alguem passou por ali
descabido, disse
meu avo passou por aqui

Assim nasceu a triste ideia
sei la. ideologia?
de que o homem uma vez foi verme
e que saiu da sopa fria e
e por si mesmo rastejou

Que virou homem, consciente
virtuoso, educado e amavel
que lamentavel!
mesmo sendo tao dificil de aceitar
a anedota virou teoria
os sabios passaram a ensinar

Que e vero e nato
que tudo e fato
e iludido, porem perdido
entre o portico da sua propria razao
ate hoje o homem cava no chao
procurando as evidencias

Mas o tal verme ensopado
rindo as tontas, destruturado
ainda continua vivendo
na imaginaçao,
convivendo de modo tao normal
com a ciencia racional

Assim daquele mar tao ensopado
viveu um verme todo molhado
que mesmo sendo um mito
virou animal, como um cabrito
embora, e verdade ninguem nunca viu
colocaram na ciencia que ele um dia existiu

CLAVIO JUVENAL JACINTO

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